Lula disse que indicou aos presidentes da Câmara e do Senado que é preciso organizar o Orçamento para que haja uma execução mais tranquila e previsível. Isso incluiria os pagamentos de emendas parlamentares, por exemplo.
Ele elogiou os congressistas, dizendo que estes tiveram sensibilidade em aprovar leis retirando privilégios do andar de cima, mas que seria preciso dar "última volta nesse parafuso" para se ter um Orçamento primário positivo em 2026.
Haddad afirmou também que a estimativa de R$ 7 bilhões de corte nas emendas está subestimado. Afirmou que não adianta existir meta fiscal sem os instrumentos para atingi-la. Ainda assim, apontou que meta fiscal é uma proposta do Executivo e o Legislativo tem que avaliar.
Ele repetiu que os frutos de projetos aprovados são compartilhados entre Congresso e governo, e que não há porque a oposição querer desorganizar as contas públicas.
E acrescentou que pediu ao Congresso ordem e organização da economia. Conforme Haddad, o Congresso tem direito de rejeitar medida, mas as conversas estavam influenciadas por 2026 e por candidaturas.
"Imagina você, uma coisa que é boa para o país, ficar ao sabor das intenções presidenciais de uma pessoa", afirmou Haddad.
Projeto de lei sobre devedor contumaz
O ministro da Fazenda disse ainda que seria importante a Câmara dos Deputados votar o projeto de combate ao devedor contumaz, mas que ele não está esperando essa aprovação para fazer o trabalho. "Agora, seria de muito bom tom pautar na Câmara, em caráter definitivo, a lei do devedor contumaz, que está há oito anos tramitando", declarou.
Ele afirmou que foi a primeira vez que a Receita Federal combate adulteração de combustíveis e que ele montou um núcleo de combate ao crime organizado, que se transformará em uma delegacia no âmbito da Receita.
"Nunca foi assunto de ministro da Fazenda, mas eu fiz questão de montar um núcleo de combate a operações estruturadas de crime organizado em 2023, que nós vamos transformar em delegacia da Receita Federal de combate ao crime organizado", disse ele.
Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países que faz vista grossa para a sonegação de impostos.
Retirada 'privilégios insustentáveis'
O ministro da Fazenda disse que o governo está retirando "privilégios insustentáveis". "Isso tem rendido resultados mais consistentes do ponto de vista econômico", afirmou. "Eu não acredito que essa tarefa acabou", completou.
Haddad fez referência ao presidente da Argentina, Javier Milei, dizendo que "deram uma motosserra ao Milei para fazer um ajuste fiscal, e ele está levando a economia argentina à breca".
E comparou: "Nós estamos com uma chave de fenda na mão, não estamos com uma serra elétrica, nós estamos apertando parafuso."
O ministro também disse que será necessário revisitar temas que o Congresso não quis opinar ou rejeitou.
Ele citou os supersalários, a aposentadoria dos militares e os fundos constitucionais. "Não é que o governo não mandou, o governo mandou, o Congresso ou não apreciou ou rejeitou."
(Com Agência Estado)
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