Um balanço formulado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) aponta que 30 municípios do Estado ainda possuem a ausência de logística como maior barreira para crescimento da produção. Os dados foram apresentados hoje (6) em coletiva para imprensa na sede da Acrimat.
As informações são resultados do projeto Acrimat em Ação 2012 que visitou 30 municípios do Estado no período de 08 de março a 29 de maio. Foram percorridos 9.567 quilômetros, sendo 4.459 em rodovias federais e 5.107,9 estaduais, mais de 80% do rebanho do Estado visitado e participação de 3.517 pecuaristas que apontaram que a logística ainda é o principal gargalo de um setor que é um dos pilares do desenvolvimento econômico, que é a pecuária.
Municípios de Rondolândia, Vila Rica, Nova Monte Verde e Aripuanã são os que mais sofrem com a ausência de infraestrutura, especialmente na hora de escoar a produção. Além destes, os demais municípios do eixo norte do estado tem registrado problemas.
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Falta de sinalização, ausência de acostamento, buracos, obras em andamento ou paradas, péssimas condições de pontes e vias de acesso a municípios distantes são recorrentes nas rodovias do Estado. Isso em casos onde as rodovias são pavimentas, pois mais de 2 mil km dos mais de 9 mil km percorridos não são pavimentados.
De acordo com o Superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, as condições de criação e escoamento do gado são diretamente afetadas pela falta de estrutura, que por consequência onera o produtor que hoje mantêm mais de 70% da produção no Estado, sendo este o maior produtor de carne do país e com um rebanho bovino de quase 30 milhões de cabeças.
Vaccari explica que quando um pecuarista e seu rebanho são submetidos a uma rodovia sem estrutura, a possibilidade do gado sofrer uma lesão na carcaça amplia. Isso significa que na prática, na hora de entregar o gado para um frigorífico, o valor a receber pelo gado diminui devido as possíveis lesões.
Divulgação Acrimat MT-423, entre Cláudia e Sinop
Portanto, a logística interfere diretamente no ganho do produtor, aponta o superintendente. “Quanto mais o gado fica na estrada, menos o produtor ganha. Porque não falamos somente de um gado, mas de todo um rebanho que é remanejado”, assegura.
Trechos da rodovia entre o entrocamento da BR 163/164 com a MT 320 até o município de Colíder, MT 170 e entrocamento da MT 170 com a rodovia MT 325/220 são apontados como os piores trechos no Estado.
Vacari lembra que parte dessas rodovias dão acesso ao município de Juara, que atualmente é a cidade com o maior rebanho do Estado com quase 1 milhão de cabeças de gado. Isso tem prejudicado exponencialmente o escoamento da produção fazendo com que os pecuaristas sejam obrigados a vender o gado por um menor valor do que o registrado no custo da produção, além de acarretar prejuízos tanto para a chegada de insumos quanto para chegada do gado no frigorífico.
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Diante do cenário de dificuldades dos produtores do Estado, os dados formulados pela Acrimat serão encaminhados formalmente ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e Superintendência de Infraestrutura (Sinfra), na tentativa de colaborar com o conhecimento das autoridades sobre as péssimas condições das rodovias e pleitear políticas públicas para que o segmento se desenvolva.
“Essa pesquisa vai permitir a definição de projetos para o setor e servir de base para desenvolver políticas públicas, com informações atualizadas e repassadas por quem produz”, assegura.
Além disso, os pecuaristas também apontaram quais os seis principais problemas enfrentados e que mais atrapalham a sua produção. O excesso de pragas, como a cigarrinha, foi eleito por 59% dos entrevistados o maior problema. A falta de união da classe é um entrave sério para o desenvolvimento no campo para 54% dos produtores; em seguida vem a falta de políticas de incentivo para 51%; questões ambientais para 49%; concentração de frigoríficos para 43% e falta de suporte ou morte de pastagem, 43%.
“Todo esse levantamento gerou um documento que será entregue aos órgãos responsáveis dos governos federal e estadual, para que seja feito um planejamento de ação para atender as demandas levantadas, onde a Acrimat vai acompanhar todo processo”, finaliza o superintendente Vacari.
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Sobre a ausência de logística no Estado, o governador Silval Barbosa (PMDB) solicitou ao ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, intervenção e apoio da esfera federal na obtenção de recursos para resolver o problema da logística enfrentada pelo Estado.
“Nós somos o maior produtor de grãos e referência também na pecuária produzindo com sustentabilidade, mas precisamos ter condições de competir com produtores de outros estados. Precisamos de apoio para resolver o nosso principal gargalo que é a logística”, desabafa.
O pedido foi realizado na 48ª Expoagro, evento iniciado nesta quinta-feira (5) sob organização da Acrimat e Sindicato Rural. Aproveitando a oportunidade, o governador anunciou que o Estado tem condições de se desenvolver ainda mais, além dos milhões de toneladas de grãos já produzidos. Para isso, precisa de apoio para escoar a produção, sendo uma das alternativas a ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), que precisaria ser mantida dentro do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC).
Diante do exposto, o ministro Mendes Ribeiro assegurou conhecer os problemas enfrentados por Mato Grosso e que pretende ajudar o Estado com as políticas agrícolas para tentar dirimir o problema.
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