A projeção continua acima do centro da meta, de 3%. Isso indica que a trajetória de juros embutida no relatório Focus é insuficiente para fazer a inflação convergir ao alvo no período de seis trimestres observado pelo BC. Hoje, a mediana para a Selic no fim de 2026 é de 12,25%.
Nesta quarta-feira, o Copom manteve a Selic em 15% em decisão unânime. A decisão era esperada por 35 das 36 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast. O resultado também veio em linha com a mediana do Focus para a Selic no fim de 2025, que permaneceu em 15% nas últimas 24 semanas.
Ao justificar a decisão, o colegiado disse que ela é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. "Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego", diz o comunicado.
A projeção do Copom para o IPCA de 2025, no cenário de referência, diminuiu de 4,6% para 4,4%, abaixo do teto da meta, de 4,50%, pela primeira vez desde novembro de 2024, quando estava em 3,9%. O BC descumpriu a nova meta contínua de inflação em junho deste ano. Na carta aberta ao ministro da Fazenda, informou que esperava que o IPCA em 12 meses caísse abaixo de 4,50% no fim do primeiro trimestre de 2026.
A estimativa para a inflação de 2025 divulgada nesta quarta-feira leva em conta uma redução no preço do dólar, de R$ 5,40 na reunião anterior para R$ 5,35, além da evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC), a trajetória da Selic embutida no relatório Focus e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente - o chamado "cenário de referência" do BC.
A projeção do colegiado para o IPCA de 2026 passou de 3,6% para 3,5%, ainda acima do centro da meta, de 3%. Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou a sua projeção para a inflação de preços livres em 2025, de 4,5% para 4,0%. O Copom manteve as estimativas para os preços livres em 2026 (3,6%) e no segundo trimestre de 2027 (3,2%). A projeção para os preços administrados passou de 5,0% para 5,3% este ano, de 3,4% para 3,2% no próximo e de 3,5% para 3,4% no horizonte relevante.
Juros reais
Com a manutenção da Selic em 15%, o Brasil continua com a segunda maior taxa de juros reais do mundo, de 9,44%, segundo o ranking MoneYou/Lev Intelligence. O País está atrás apenas da Turquia, com 10,33%. A Rússia aparece no terceiro lugar, com 7,89%. Depois, figuram no ranking Argentina (7,14%) e México (4,21%).
O BC calcula que a taxa real neutra de juros do Brasil - que não estimula, nem deprime a economia - é de 5,0%.
(Com Agência Estado)
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