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Economia Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2025, 18:00 - A | A

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Quarta-feira, 10 de Dezembro de 2025, 18h:00 - A | A

Dólar sobe na contramão do exterior com quadro eleitoral no radar

CONTEÚDO ESTADÃO
da Redação

O aumento da percepção de risco provocado pelas mudanças recentes no cenário político doméstico, com o vaivém de informações sobre a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República, jogou contra o real nesta quarta-feira, 10.

O dólar até desacelerou os ganhos por aqui com o aprofundamento das perdas da moeda americana no exterior à tarde, após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), de reduzir os juros nos EUA, mas ainda assim não conseguiu furar o piso de R$ 5,45. Com máxima de R$ 5,4906, o dólar à vista terminou o pregão em alta de 0,60%, a R$ 5,4686 - no maior nível de fechamento desde 14 de outubro (R$ 5,47).

Apesar da tramitação célere no Congresso do projeto de lei da Dosimetria, aprovado na madrugada desta quarta pela Câmara dos Deputados, não houve sinal concreto de que Flávio Bolsonaro possa abandonar a corrida eleitoral. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) prometeu uma apreciação rápida do PL na Casa.

Entre idas e vindas nos últimos dias, o senador atrelou no último domingo a retirada do seu nome do pleito à aprovação do projeto de anistia aos condenados por tentativa de golpe de estado. O PL da Dosimetria não vai tão longe, mas reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro. Flávio já havia descartado, contudo, a intenção de retirar seu nome do pleito nos últimos dias.

Para o economista-chefe para América Latina da Pantheon Macroeconomics, Andres Abadia, a alta do dólar não é provocada pela candidatura de Flávio Bolsonaro em si, mas pelo aumento das incertezas provocadas pela mudança do quadro eleitoral com um nome não esperado entrando na disputa pelo Planalto.

"A entrada surpreendente de Flávio redesenha o cenário da oposição e introduz novas questões às perspectivas políticas. Os investidores já haviam precificado parcialmente uma corrida relativamente binária entre Lula e um único desafiante de centro-direita, mas o anúncio de Flávio complica esse cenário", afirma Abadia, lembrando que investidores podem ter aproveitado o anúncio da candidatura para realizar lucros, dada a valorização expressiva do real no ano.

A avaliação entre analistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) é que candidatura do filho de Bolsonaro fragmenta o campo da direita e facilita a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ascensão de Flávio tira de cena o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), visto por ala relevante do mercado como fiador de um ajuste fiscal estrutural a partir de 2027 - o que se traduziria em redução dos prêmios de risco embutidos nos ativos domésticos.

Operadores não observaram até o momento um movimento atípico de remessas de lucros e dividendos ao exterior, mas ponderam que saídas mais fortes costuma ocorrer em meados e no fim de dezembro. Dados divulgados pelo Banco Central mostraram que fluxo cambial no mês (até dia 5) foi positivo em US$ 4,170 bilhões, com entrada líquida de US$ 2,373 bilhões pelo canal financeiro. Em novembro, o fluxo total foi negativo em US$ 7,115 bilhões.

O economista Sergio Goldenstein, sócio-fundador da Eytse Estratégia, observa que o real se depreciou mais de 2% na semana passada apesar do fluxo cambial positivo. "Vale notar que, segundo os dados da B3, a posição comprada de investidores estrangeiros em derivativos cambiais aumentou em US$ 4,5 bilhões", afirma, em nota.

Lá fora, o índice DXY - que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, com destaque para euro e iene - recuou e voltou a furar o piso dos 99,000 pontos, com mínima na casa dos 98,600 pontos no fim da tarde. O dólar também perdeu força em comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities, incluindo pares latino-americanos do real.

Como esperado, o Fed anunciou uma redução da taxa básica de juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 3,50% e 3,75%. A decisão não foi unânime. O diretor Stephen Miran, indicado pelo presidente Donald Trump, votou por corte de 50 pontos-base. Os presidentes distritais do BC americano Jeffrey Schmid (Kansas City) e Austan Goolsbee (Chicago) votaram por manutenção.

Em entrevista coletiva após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, lembrou que a instituição já reduziu os juros em 75 pontos-base de setembro para cá e reiterou que a política monetária se encontra em "um amplo intervalo de estimativas de neutralidade". Ao ser questionado se o BC norte-americano vai adotar uma pausa no processo de afrouxamento monetário após o corte desta quarta, Powell disse que sim.

Por aqui, é dado como certo que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai manter a taxa Selic em 15% ao ano. A dúvida é se o vai promover mudanças no comunicado e nas projeções de inflação que abram espaço para início de um ciclo de corte de juros em janeiro de 2026.

(Com Agência Estado)

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