A cifra é inferior aos R$ 105 bilhões verificados em igual período da temporada anterior. Os números foram apresentados pelo vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do banco, Gilson Bittencourt.
Na análise somente das operações de crédito rural, também há retração entre os R$ 78,3 bilhões desembolsados pelo BB no acumulado da safra contra R$ 96 bilhões reportados em igual período da temporada anterior. A despeito da menor contratação de crédito rural pelos produtores rurais no acumulado da safra 2025/26, o BB espera um melhor equilíbrio no desembolso estimado até o fim da safra, em julho de 2026. Ao todo, o banco vai ofertar R$ 230 bilhões em financiamentos para o agronegócio na safra atual. "Olhando a esteira de pedidos em análise, a expectativa é que ao fim deste mês tenhamos chegado ao teto de limite de várias linhas de crédito rural e pediremos alguns remanejamentos entre linhas", disse Bittencourt.
O valor ofertado pelo BB na safra atual é 2% superior ao desembolsado pelo banco na temporada anterior, 2024/25. Desse montante, R$ 106 bilhões serão destinados à agricultura empresarial (grandes produtores, cooperativas e agroindústrias) e R$ 54 bilhões vão para a agricultura familiar e médios produtores. Outros R$ 70 bilhões deverão ser distribuídos em negócios da cadeia de valor do agro.
Na agricultura familiar, o desempenho de desembolsos de crédito rural está dentro do esperado, bem como o Pronamp está em patamar próximo ao do ciclo anterior. "Na média geral, devemos cumprir com o Plano Safra nas taxas controladas", pontuou o vice-presidente do BB. Já na agricultura empresarial, ele observa sobretudo retração no apetite por novos investimentos na safra atual, com queda em torno de 35% a 40%, o que era esperado dada à combinação de juros elevados e rentabilidade próximo aos níveis históricos. "Esse é o momento de somente quem está muito bem e não está endividado fazer investimento. É um momento de reorganização do fluxo de caixa porque as taxas estão mais elevadas neste ano, portanto, aquele produtor que puder postergar o investimento na expectativa de queda da Selic, ele aproveita para reequilibrar as contas", comentou. O custeio para agricultura empresarial também está abaixo do reportado na safra anterior. "Há uma diminuição da demanda dos produtores. Efetivamente tem menor procura pelo crédito a taxas livres."
Em relação ao desenvolvimento da safra, o BB acompanha a perspectiva de possíveis efeitos do fenômeno climático La Niña sobre as lavouras, mas vê, de forma geral, situação positiva para o progresso da produção. "A expectativa de produção, tanto do IBGE quanto da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), são positivas mostrando estabilidade da produção. A safra está andando dentro do esperado com grande parte da produção já plantada e não vemos diminuição expressiva de área", observou Bittencourt.
Quanto aos preços, o BB enxerga as cotações dos principais produtos agrícolas retornando aos níveis históricos, bem como a rentabilidade dos produtores. "Nesse cenário, áreas com alto custo de produção começam a ficar mais proibitivas", apontou. "A área plantada até agora está dentro do esperado, o andamento da produção está dentro do esperado e em mais algumas semanas saberemos se houve redução do pacote tecnológico, o que pode afetar a produtividade. A nossa expectativa é que não haja esse impacto", antecipou o executivo.
(Com Agência Estado)
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