No Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado nesta quinta-feira (5), duas ocorrências envolvendo felinos silvestres chamam a atenção para os riscos enfrentados por animais que habitam áreas próximas a centros urbanos e rodovias. A primeira foi a imagem de uma onça-pintada boiando nas águas do rio Cuiabá, em Barão de Melgaço (a 102 km de Cuiabá).
A segunda, o atropelamento de uma jaguatirica na MT-251, rodovia que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães. As duas situações foram comentadas pelo biólogo e coordenador do Programa de Conservação da Panthera no Brasil, Fernando Tortato, que alertou para o impacto direto dessas mortes na biodiversidade e na segurança de motoristas.
Tortato afirmou ter tomado conhecimento da morte da onça-pintada por meio das redes sociais, com vídeos que mostram o corpo do animal boiando no rio. Ele pediu cautela na análise do caso, destacando a necessidade de perícia para identificar a causa da morte. “Pode ter sido uma morte natural, mas já há registros de onças que são mortas e depois jogadas no rio para dificultar a localização do crime. É uma prática que visa reduzir os riscos para quem comete esse tipo de infração ambiental”, explicou.
O especialista lamentou o episódio especialmente por ocorrer em uma data simbólica. “É uma cena muito triste no Dia Mundial do Meio Ambiente: o maior símbolo da biodiversidade brasileira, morto, boiando em um rio de extrema importância ecológica como o Cuiabá.” Outro caso que gerou indignação foi o atropelamento de uma jaguatirica na MT-251, na altura do rio Mutuca.
Tortato ressaltou que acidentes com animais silvestres em rodovias são uma ameaça crescente à biodiversidade, especialmente em corredores ecológicos próximos a parques, áreas de reserva legal e territórios indígenas.
“Esses animais precisam de grandes áreas para sobreviver e acabam cruzando estradas durante seus deslocamentos. O risco é duplo: para a fauna e para os motoristas. Capivaras, antas, veados e felinos de médio e grande porte podem causar acidentes com danos materiais e físicos para as pessoas”, destacou.
Ele defendeu a adoção de medidas integradas, como instalação de passagens de fauna, redutores de velocidade e sinalização adequada, como forma de reduzir os impactos nas regiões de travessia animal.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar, por meio do Batalhão de Polícia Militar de Proteção Ambiental (BPMPA), com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) e com a Polícia Civil, via Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), mas até a publicação desta matéria, não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações dos órgãos.
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