O idealizador do Prêmio Jejé de Oyá, Jeferson Bertolotti, atribuí o sucesso da honraria a identificação que o público tem ao se ver representado nos profissionais negros homenageados. "O que faz com que as pessoas se enxerguem é a raça", disse Bertolotti ao HNT TV Entrevista.
A premiação cresce a cada edição, neste ano, na quarta edição, 20 personalidades serão premiadas. O tema 'Territórios' reforça a apropriação da ancestralidade. A cerimônia será realizada no teatro da UFMT no dia 29 de setembro. Jeferson ressaltou que será uma noite de gala.
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O Jejé de Oyá é o primeiro prêmio racial do Centro Oeste
"Para quem foi na primeira, segunda, terceira edição, se sente feliz por ver que o nome do Jejé está sendo honrado pela qualidade de tudo que ele sempre colocou na sua vida, na sua profissão. É o primeiro prêmio racial de Mato Grosso, do Centro Oeste e ter o nome dessa figura que venceu na vida faz com que a nova geração saia de um lugar de cativeiro, aprisionamento e apagamento histórico, revelando novos protagonistas", falou o idealizador ao podcast.
EQUIDADE AINDA É SONHO DISTANTE
Jeferson Bertolotti reconhece avanços, mas afirmou que ainda estamos distantes de alcançar a equidade. Segundo ele, o racismo está enraizado, sendo uma questão estrutural e há uma preferência por pessoas brancas em posições de poder.
"Ainda há muita desconfiança ao profissional negro. A sociedade gosta de ver pessoas mais brancas no poder. Estamos em um estado que precisa falar nós não somos racistas. Nesse campo das minorias, se você não é racista, fale, pois o movimento precisa saber com quem pode contar", pontuou
Bertolotti comemora o ganho de autoestima refletido, principalmente, na juventude. Lembrando da sua adolescência em que a mãe o obrigava a cortar o cabelo no estilo 'soldado' para não chamar atenção, Jeferson fez questão de destacar o orgulho por assistir a mudança da estética estudantes, por exemplo, que ostentam seus blacks para ir a escola.
"As mudanças acontecem porque existe o apoio da mídia. Até no cinemas, em Hollywood, houve um movimento no Oscar questionando onde estavam os pretos premiados e o júri passou a fazer escolhas mais sensatas", concluiu.
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