Mayke Toscano/Hipernotícias |
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A proposta da discussão foi feita pelo próprio conselho de estudantes da UFMT e a intenção é que até 2014, 50% das vagas da universidade seja destinada a alunos de escolas públicas começando com 30% dessas vagas para o próximo ano. Como um debate que ocorre há, pelo menos, dez anos, a existência dessa cota seria uma forma de inserção dos alunos que o próprio processo exclui, de acordo com o João Alves dos Santos, representante do Fórum de Estudantes de Origem Popular (Feop) da UFMT.
“O Enem não avalia a capacidade dos alunos. Ele filtra e exclui os alunos com menos conhecimento, e menos conhecimento não significa menos capacidade, significa menos oportunidade”, ressalta.
Ele explica que, dentre as universidades públicas do Centro-Oeste, somente a UFMT não adotou um sistema de cotas para alunos oriundos de escolas públicas. Isso demonstra que só a universidade não acompanha um processo necessário que é a cotização. “Diferente do que se pensa cotar vagas, não é preconceito. É oportunidade”, assegura
O CONFLITO
Diante das várias opiniões e concordâncias, a discussão se dá exclusivamente pela diferença na elaboração do projeto das cotas, segundo João Alves dos Santos. A manifestação contra e favor dentro e fora da universidade sempre vai existir. A questão que incomoda os alunos de escolas particulares é que eles participarão de uma competição com alunos de todo país, enquanto os alunos da rede pública ficarão restritos a uma competição apenas no estado.
Isso devido as condições financeiras. “Os alunos das escolas particulares possuem condições de estudar em outros estados e por isso competirão e terão oportunidades no país todo, diferente dos alunos de escolas públicas que só competirão por uma vaga aqui. Afinal, aluno de rede pública não tem condições de se sustentar em outro estado. Isso siginifca que alunos de fora não viram para cá e os de cá não irão para os outros estados”, esclarece.
A decisão sobre a implantação das cotas para alunos da rede pública será decidida amanhã (04) em uma nova reunião do Consepe às 8h. Atualmente a UFMT não tem nenhum tipo de cota para ingresso. Só indígenas têm acesso especial através de um sistema de sobrevagas.
OUTRO LADO
Opostos as ações dos alunos da rede pública, que são a favor das cotas, os alunos da rede particular também se posicionaram sobre o tema. Thiago Milhomen, representante dos alunos das escolas particulares, afirma que as cotas acabarão por excluir não somente os próprios alunos da rede particular, como também da rede pública. “Essa cotização é uma forma de mascarar a realidade da educação. É tampar o sol com a peneira. Essas 50% das vagas acabará indo para os alunos do Sul e Sudeste, pois aqueles que têm condição de passar no Enem serão excluídos para a entrada de alunos de escola pública que, com certeza, também não serão de Mato Grosso”, aponta.
Além disso, outro argumento utilizado é que as cotas são excessivas. Para Thiago, a distribuição dessas vagas (30% para rede pública, 5% para negros e os demais para indígenas) demonstra o claro preconceito ao aluno da escola particular. “Não sou contra cota, mas essa diferença de sistema em Mato Grosso é absurda. Não precisa de tudo isso. Eles (alunos de rede pública) são tão capazes quanto nós”, garante.
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André 31/10/2011
A UFMT colherá os frutos de seu sistema de cotas, com os alunos do sul e sudeste ocupando essas vagas, os alunos de Mato Grosso ficarão de fora da mesma forma que estão hoje. Não adianta achar que a vaga para baixo desempenho (cota) resolverá o problema do estudante sem competencia. O problema persistirá.
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