Um das cenas mais marcantes de 2021 foi escassez de água na Cachoeira Véu de Noiva, localizada no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (65 Km de Cuiabá), que ficou praticamente seca durante a estiagem. A crise hídrica que atingiu Mato Grosso neste ano, conciliada com a ação do homem, fez com que um dos principais cartões-postais do Estado mudasse totalmente a sua paisagem e espantasse turistas e biólogos.
A Cachoeira Véu de Noiva tem 86 metros e é a maior do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. A imagem dela completamente seca foi registrada em setembro e ganhou repercussão nacional.
Um dos motivos que contribuíram para o fenômeno está ligado à ação do homem, já que próximo à cachoeira existem empresas que captam a água do rio Coxipozinho, o principal rio que desagua na queda d'água.
De acordo com a professora e pesquisadora associada do Mestrado em Recursos Hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Daniela Maimoni de Figueiredo, embora as empresas atuem dentro da legalidade e de acordo com o que foi estabelecido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), essas empresas continuam captando a mesma quantidade de água que era captada antes da redução das chuvas.
“Chapada tem o solo muito arenoso e, na época de chuva, a água fica armazenada nas rochas como se fosse uma esponja. Quando chega o período de seca, essa água é liberada para as nascentes, mantendo o fluxo de água nos rios. Acontece que houve uma redução da quantidade de chuva de aproximadamente 40% nos últimos dois anos. O volume da água do rio reduziu e isso deve ser levado em conta”, alertou.
Embora a cena tenha assustado a todos, principalmente os turistas, a cachoeira já voltou à sua normalidade, mas a situação ainda é preocupante.
De acordo com Daniela, a redução no nível de chuva vai persistir, porque está ligada diretamente às mudanças climáticas e também à ação do homem, como o desmatamento. “A estimativa de quem trabalha com a questão do clima é que tenhamos períodos ainda mais críticos”, apontou.
"Esses usos da água são importantes e devem ser considerados, porque são importantes geradores de emprego, mas geram um conflito com o turismo, que também é uma atividade importante e que cria emprego. A questão é complexa, porque são vários fatores", concluiu Daniela.
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