O escândalo envolvendo o padre Luciano Braga Simplício, de 39 anos, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em Nova Maringá (a 380 km de Cuiabá), ultrapassou as fronteiras de Mato Grosso e ganhou repercussão nacional neste fim de semana. O caso foi destaque no programa “Domingo Espetacular”, da Rede Record, deste domingo (19), que exibiu uma reportagem especial sobre o episódio que abalou a pequena cidade de menos de seis mil habitantes.
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REPERCUSSÃO NACIONAL
A exibição do caso no “Domingo Espetacular” ampliou o debate sobre o celibato e a conduta dos padres, além de reacender a discussão sobre a exposição de intimidade nas redes sociais. A reportagem mostrou que o padre Luciano, antes do escândalo, mantinha o perfil religioso “Alô, Meu Deus”, com orações e mensagens de fé, desativado logo após a viralização do vídeo.
“Foi um negócio bem impactante, né? Uma cidade simples, que não tem envolvimento com nada, bem tranquila. Foi do nada esse trem aí. Foi do nada”, disse um morador.
O episódio, que começou como uma confusão local, transformou-se em um dos casos mais comentados do país, levantando questionamentos sobre os limites entre a vida privada, a fé e o sensacionalismo digital.
“Se realmente aconteceu — não sabemos se aconteceu —, mas se realmente aconteceu, o mais errado foi o padre. Ele usou a influência dele. Ela tem 21 anos, é muito nova”, disse um outro entrevistado.
O VÍDEO
O caso começou a circular na internet no dia 13 de outubro, segunda-feira passada, quando um vídeo gravado por familiares de uma jovem de 21 anos mostrou a mulher escondida debaixo da pia de um banheiro na casa paroquial, após a suspeita de um envolvimento amoroso com o padre. Nas imagens, é possível ouvir gritos e ameaças de arrombamento. O religioso aparece de bermuda e sem camisa, tentando conter a confusão.
A jovem, que era noiva de um fiel da comunidade, registrou boletim de ocorrência denunciando a divulgação indevida das imagens. Ela relatou ter sido exposta e alvo de comentários ofensivos nas redes sociais. A Polícia Civil abriu inquérito e cumpriu mandados de busca e apreensão contra suspeitos de compartilharem o vídeo, que se espalhou rapidamente por todo o país.
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DEFESA E INVESTIGAÇÃO
O padre negou qualquer relação íntima com a jovem e afirmou, em áudio divulgado nas redes, que tudo não passou de um “mal-entendido” após uma visita e uma confraternização. Segundo sua versão, a mulher teria apenas pedido para tomar banho e trocar de roupa na casa paroquial.
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A Diocese de Diamantino, à qual pertence a paróquia, confirmou a abertura de investigação canônica e afirmou que “todas as medidas previstas pela Igreja estão sendo tomadas”. Em meio à repercussão, o padre foi afastado das funções e substituído pelo sacerdote Pedro Hagassis, de 76 anos.
A reportagem da Record também destacou que, além da repercussão moral e religiosa, o episódio gerou consequências criminais. O delegado Franklin Alves, responsável pelo caso, classificou a invasão da casa paroquial como crime de invasão de domicílio qualificado, já que envolveu mais de duas pessoas.
O IMPACTO NA COMUNIDADE
A exposição do caso causou constrangimento e divisão entre os fiéis da comunidade católica de Nova Maringá. Nas ruas, poucos se arriscam a comentar abertamente sobre o assunto. O ex-noivo da jovem, que afirmou estar viajando no momento do flagrante, disse por meio de nota que o episódio representou uma “traição à comunidade inteira” e pediu o fim da exposição pública.
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Já a jovem, abalada pela repercussão e pelos ataques virtuais, deixou a cidade e tenta retomar a vida longe dos holofotes. A polícia segue analisando os celulares apreendidos para identificar os responsáveis pela gravação e divulgação das imagens.
O caso agora segue em investigação pela Polícia Civil.
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