Da elite cuiabana à pessoas em situação de rua. Esse é o cenário do entorno da praça do bairro do Porto, em Cuiabá. Na última edição do projeto social Caravana da Rua para Rua, o Porto, um dos locais mais antigos de Cuiabá, foi recebido com acolhimento psicossocial, arte com elementos do Hip Hop, e uma roda de conversa, com transeuntes e pessoas em situação de rua, que fazem dali abrigo, e até mesmo um “condomínio” à beira do rio Cuiabá, com morada embaixo da ponte.
“Aqui no Porto, a gente que trabalha com essas pessoas, tem uma visão que costuma dizer assim: o que o Porto não acolhe o rio leva. Porque existem pessoas em estados terminais de vivência de sociedade, de uso de drogas e abandono familiar”, destaca a poeta Luciene Carvalho, que, além de presidente da Academia Mato-grossense de Letras, executa junto com o artista Mano Raul, a partir do Núcleo Hoje em rede com o Instituto Inca-Inclusão, Cidadania e Ação, o projeto social Caravana da Rua para Rua, que estará neste sábado (03.08), na praça atrás do Beco do Candeeiro, a partir das 11h30.
O Caravana da Rua Para Rua é um projeto Conveniado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, por meio de emenda parlamentar do ex-deputado federal, Dr. Leonardo, atual Secretário do Escritório de Representação do Estado de Mato Grosso (Ermat), e tem o objetivo de despertar a esperança e levar uma melhor saída para a circunstância em que vivem as pessoas em situação de rua.
Segundo Luciene, o Porto, bairro da antiga elite cuiabana, é um lugar limítrofe (que se situa ou que vive nos limites de uma extensão), onde tem pessoas de fora que vieram parar ali, sendo o primeiro e o mais antigo do que seria uma “Cracolândia”. Que se confunde com prostituição: existem as “cachorras”, que são as dependentes químicas, que se submetem a atender clientes que as prostitutas não querem, entre eles doentes, porque elas têm a urgência do uso, e estão em situação de rua.
“É muito dura a situação de algumas mulheres aqui. Existe a profissional do sexo, a prostituta, e a cachorra. Tem um centro antigo de prostituição no Porto, mas existe embaixo desses lugares, específicos, com trilhas na beira do rio, condomínios no sentido de acolhimento de pessoas, que permitem que elas vivam na condição de rua protegidos, não expostos. Porque aqui já teve muito extermínio: de passar carro de toda natureza atirando. É uma medida protetiva, como se fosse o último lugar de habitação”, diz Luciene, que é moradora nascida no Porto.
Um projeto como esse depara com dimensões de humanidade que nenhuma outra instituição faz. E para que a realidade mude, na visão de Luciene, seria levar acampamentos institucionais que fiquem pelo menos três dias por semana oferecendo serviços de atendimento de saúde, documentação e passagem de reenvio à família, por exemplo.
O projeto Caravana da Rua para Rua propõe o aqui e agora, com direito a comida, água, lazer e ser ouvido, pois muitos não conseguem ser o que a família espera, por mais que tentem eles têm traços diferenciados e é preciso ter uma redenção entre a criação e a criatura. São adictos, portadores de uma doença.
“Quem somos nós para definir o que o outro vai ser. E o terceiro setor aqui celebra uma atividade urgente e necessária”, pontua a poeta.
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Júlio César 03/08/2024
Bacana o projeto, o usuário se não quer parar mas tiver ajuda, assistência ele para e se ele quer parar precisa de ajuda e assistência.
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