“Durante uma abordagem, se não tiver outra opção, o policial terá que atirar no tórax. Qualquer academia instrui isso”, afirma o instrutor de tiro da Polícia Militar (PM), soldado Fernando Raphael, enquanto repassava orientações aos policiais do 1º Batalhão que estão em treinamento no campo do Bope e do Comando Geral.
A afirmação do instrutor se deu após questionamento do HiperNoticias sobre a abordagem do policial contra o jovem deficiente mental e auditivo que resultou na morte do Ademar Silva Oliveira com um tiro no abdômen.
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“Qualquer academia de instrução passa que o tiro precisa ser no tórax onde o alvo é maior. Para atirar na perna com o alvo a mais de 10 metros tem que ser muito habilidoso. Porém antes do tiro é preciso ver quais armas ele tem, se naquele momento o militar tinha apenas uma arma de fogo e o abordado negou parar e avançou na corporação então o tiro foi disparado. Qualquer tiro é feito para acabar com a ação” comentou o instrutor.
Raphael também afirmou que somente a presença da PM já intimida, depois se precisar temos que ter o apoio de tonfa, arma elétrica e bala de borracha. “Se naquele momento o policial tinha apenas uma arma na mão ele tinha que atirar. Poderia ser na perna? Poderia, mas se a vítima esboçou reação o maior alvo é o tórax e eu volto a afirma que o treino é para acabar com a ação e se for necessário tiro no tórax, iremos ter que atirar”, esclareceu.
Os treinos da PM começam com cinco disparos em alvo fixo, sendo todos os policiais sem abafadores e óculos. “Treinamos como se fosse operação de rua. Lá não tem abafador e nem óculos de proteção”, afirmou o instrutor Raphael. Depois da situação real os militares vão ao Comando Geral onde utilizam um simulador de ocorrência, abordagem e alvo. “Esse treinamento deve ser reciclado de três em três meses. Faz parte da preparação principalmente para trabalhos durante a copa”, explicou o soldado instrutor há seis anos na PM.
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