Mineira da Região do Vale do Aço, Gisele de Oliveira, 40 anos, foi presa nesta quarta-feira, 7, em Portugal, suspeita de matar seus cinco filhos, além de tentativas de homicídio do primeiro filho e do atual marido. De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), os crimes aconteceram na cidade de Timóteo (MG). À época, as crianças tinham idades entre 10 meses e 3 anos. A defesa dela não foi localizada.
Em coletiva na tarde desta quinta, a polícia civil explicou que as investigações se intensificaram em 2023, com a morte da última criança. Em 2010, houve uma investigação por parte da Polícia Civil de Minas Gerais, quando foram apurados os homicídios de duas outras vítimas, mas não conseguiram saber a autoria dos crimes.
Em 2023, com a morte da última criança e comunicação formal à Polícia Civil, a Delegacia de Timóteo, por meio da delegada Valdimara Teixeira de Paula, confirmou a dinâmica dos crimes.
"Como os primeiros crimes ocorreram há muito tempo, foi muito complexo, mas conseguimos comprovar a materialidade de todos os delitos e por isso conseguimos a prisão preventiva dela", afirmou a delegada Talita Martins Soares.
Investigação durou mais de um ano
De acordo com a delegada Valdimara Teixeira de Paula, a investigada usava sempre o mesmo método para cometer os crimes: ela diminuía a consciência da criança por meio de diferentes medicamentos e depois asfixiava as vítimas.
"A segunda necrópsia do ano de 2012, da criança de 10 meses, aponta positivo para fenobarbital, um medicamento depressor, e a primeira causa morte é asfixia por conteúdo gástrico."
Segundo a delegada, dezenas de pessoas foram ouvidas. Também foi realizado um trabalho de campo minucioso, com acesso a muitos prontuários médicos.
"Uma das testemunhas confirma que uma das crianças foi encontrada com uma fralda inserida na boca, retirada logo antes da perícia. E a última criança morta foi encontrada com o rosto virado para baixo no sofá, o que é inevitável que entre em óbito", ressalta.
O trabalho investigativo durou mais de um ano. "As duas primeiras mortes ocorreram em 2010, na primeira investigação houve materialidade delitiva, tínhamos dois homicídios, mas na época não conseguimos definir autoria. Em 2019, a Polícia Civil não teve acesso às mortes, não foi registrado boletim de ocorrência formal, as autoridades policiais não tomaram conhecimento do ocorrido. E em 2023, temos a notícia através da administração do hospital que resulta em toda a investigação e termina com a prisão dela, requerida pela Polícia Civil de Mina Gerais (PCMG), há aproximadamente dois meses atrás".
A delegada confirmou que a causa morte do segundo filho de 2010 foi intoxicação por fenobarbital - com prova objetiva -, e o Nelcidio confirmado por provas testemunhais.
Ainda de acordo com Valdimara, nos primeiros homicídios, Gisele de Oliveira foi ouvida pela Polícia Civil. "Em 2010, ela foi bem sucinta e não deu muitas informações. E em 2023, logo que iniciaram as intimações, ela foge do distrito da culpa e vai para Portugal".
"Tivemos conhecimento do caso e começamos o trabalho de investigação a partir da morte do quinto filho em 2023, quando a tia chega ao hospital com a criança, bradando que já é o quinto sobrinho que morre, e isso chama atenção do hospital que então aciona a Polícia Civil".
Em 2022, o companheiro de Gisele também sofreu uma tentativa de homicídio: segundo a Polícia Civil, ele deu entrada no hospital com sinais de intoxicação e, tendo acesso aos prontuários, a delegada percebeu que era exatamente igual ao caso das crianças.
"Chegava com consciência rebaixada, ficava cerca de 24 horas sonolento, e quando retomava a consciência, continuava confuso, da mesma forma como as crianças", explicou a delegada.
Cinco homicídios consumados e duas tentativas
A prisão tramita entre poder judiciário e Ministério da Justiça. Ao retornar ao Brasil, Gisele de Oliveira, vai ser intimada para que a Polícia Civil ouça a versão dela para conseguir concluir o inquérito com o desfecho para indiciá-la ou não. Gisele de Oliveira pode ser enquadrada em 5 homicídios consumados e duas tentativas, com agravante de envenenamento.
Ainda segundo a Polícia Civil, as denúncias partiram da tia e não da avó das crianças. A delegada não confirmou se a tia das crianças também é investigada. "Estamos diante de um caso de 15 anos, extremamente complexo, então qualquer nova informação é de extrema ajuda", salienta a delegada.
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.