Terça-feira, 26 de Agosto de 2025
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,42
euro R$ 6,30
libra R$ 6,30

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,42
euro R$ 6,30
libra R$ 6,30

Artigos Terça-feira, 26 de Agosto de 2025, 08:34 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Terça-feira, 26 de Agosto de 2025, 08h:34 - A | A

EDUARDO CARDOSO

Terço, café e algoritmo

EDUARDO CARDOSO

Se você é cristão — ou apenas vive no Brasil — já viu o nome Frei Gilson. Não é exagero dizer que o Carmelita é um dos maiores fenômenos da fé desde aquela primeira Missa, na terra de Santa Cruz, descrita por Pero Vaz de Caminha.

Desde 15 de agosto, ele conduz on-line a Quaresma de São Miguel: 40 dias de oração, jejum e penitência. Às 2h50, no fuso de Mato Grosso, começam as preces ao “Príncipe da Milícia Celeste”. Depois vêm Rosário, pregação e Santa Missa. São cerca de seis horas no ar. E muita gente, de pijama e terço na mão, acorda para rezar.

Os números dão a medida do alcance. No primeiro dia, mais de 900 mil pessoas estavam ao vivo no YouTube e outras 200 mil no Instagram. Em oito dias, as transmissões somaram mais de 21 milhões de visualizações no YouTube. Há pregações com centenas de milhares de acessos. Um clipe musical passa de 20 milhões. O canal ultrapassa 8 milhões de inscritos e 1,3 bilhão de visualizações. Não é pouco para um conteúdo religioso, diário e de madrugada.

A prática não é modismo. Em 1224, São Francisco de Assis viveu 40 dias de recolhimento antes de receber os estigmas ­— as chagas de Cristo. A Quaresma dedicada a São Miguel, diferente daquela que antecede a Páscoa, vai de 15 de agosto, Assunção de Nossa Senhora, a 29 de setembro, festa dos Arcanjos. O espírito é simples: rezar mais, comer menos, amar melhor. É devoção particular; a Igreja não a impõe.

Frei Gilson é sacerdote, cantor e comunicador. Fala claro, canta, ensina e puxa os terços — que formam o rosário — com firmeza. Conseguiu algo raro na internet: transformar curtidas em rotina de oração. A cada Ave-Maria, as intenções saltam da tela — família, trabalho, doença, reconciliação. É o Brasil real, ajoelhado no chão da sala ou no canto do quarto, manifestando a própria fé.

A mobilização vai além da igreja. Nesta semana ele se apresenta na grandiosa Festa de Barretos, que celebra 70 anos em 2025: o público deve ser um dos maiores da história.

Importa dizer: a devoção não cabe só na tela. Em Mato Grosso, a devoção também tem espaço nas comunidades paroquiais: muitas abrem antes das 6h, para adoração e Santa Missa. Quem não consegue ir reza em casa.

São Miguel não é amuleto. É convite a uma batalha espiritual com arma antiga: oração constante. Por que tanta gente? Porque a madrugada é silenciosa.

Porque a vida pesa. Porque o mal existe e precisa ser enfrentado. No fundo, todos buscamos um escudo. São Miguel, anjo da Igreja, lembra que a luta é real, mas a vitória tem nome: Jesus. Que essa corrente de fé produza frutos concretos — perdão, partilha, honestidade, compromisso com a verdade.

Não é corrida de números. É caminho de santidade. Passo a passo, terço a terço. Se a internet virou púlpito, que seja para o bem. No fim, o algoritmo premia o que retém. Aqui, retém quem consola, ensina e chama à conversão diária. O resto é barulho!

São Miguel, defendei-nos no combate.

(*) EDUARDO CARDOSO é jornalista em Cuiabá.

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros