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Artigos Segunda-feira, 04 de Fevereiro de 2013, 00:11 - A | A

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Segunda-feira, 04 de Fevereiro de 2013, 00h:11 - A | A

Horinhas de descuido

Sonhar e buscar a felicidade são, sem dúvida, as motivações da vida de todo ser humano. Temos que acreditar em nossos sonhos, estabelecer metas e efetivar as ações para concretizá-las, devemos estar constantemente procurando o caminho da felicidade

JUDITE ROSA

Divulgação


Sonhar e buscar a felicidade são, sem dúvida, as motivações da vida de todo ser humano. Temos que acreditar em nossos sonhos, estabelecer metas e efetivar as ações para concretizá-las, devemos estar constantemente procurando o caminho da felicidade, mas, será que a felicidade é, de fato, algo que temos que buscar, que temos que procurar? O que é essa tal felicidade?


O poeta Guimarães Rosa escreveu que “felicidade se acha é em horinhas de descuido”, frase que Maria Bethânia tão bem interpreta antes de cantar Meu Cigarro de Palha e Boiadeiro (de Luiz Gonzaga) durante o espetáculo Brasileirinho. Se pararmos para refletir um pouco sobre essa frase e sobre os versos das canções de Luiz Gonzaga, podemos questionar essa busca constante e perceber que em nosso dia a dia, em pequenos momentos, em acontecimentos banais, durante encontros casuais, em algumas "horinhas de descuido" podemos viver, ao invés de buscar, a felicidade.

São tantos momentos que deixamos passar sem dar o devido valor, algumas vezes rápidos segundos que poderiam mudar o nosso dia e que passam despercebido.
Irritados com o trânsito, perdemos a oportunidade de observar a beleza de uma flor que teima em nascer e viver no meio do concreto, ou a quantia de estrelas que brilham no céu enquanto a lua ainda está para nascer e o sol acaba de se por.

Lembro-me de um fim de tarde, pescando no pantanal com uma amiga e um barqueiro. No meio do rio, o motor do barco afogou e o barqueiro não conseguia nos levar de volta para a sede da Fazenda. Começou a escurecer e corríamos o risco de ficar rodando no rio, na escuridão da noite que se avizinhava. Naturalmente ficamos bem nervosos e não sabíamos o que poderia acontecer. Começamos a rezar - enquanto o barqueiro insistia em afogar ainda mais o motor do barco. Apesar de toda a tensão, o que mais lembro, daqueles minutos, é da paisagem. A beleza do sol se pondo no pantanal e as primeiras estrelas que apareciam no céu. Era tudo tão bonito que a minha oração pedindo por proteção e auxílio rapidamente se transformou em um agradecimento pelo presente que Deus oferecia para os nossos olhos. Não tenho dúvida, aquele foi um momento de felicidade em uma “horinha de descuido”.

Antes desta breve aventura no pantanal, na época da faculdade, dentro de um micro-ônibus durante uma aula de campo, vi o mais belo nascer da lua cheia que minha mente já registrou. Uma “horinha de descuido” em uma estrada de terra retornando de Mimoso para Cuiabá, ao lado de alguns morros.

Se começarmos a pensar nas lembranças que nos fazem sorrir sozinhos, vamos encontrar dezenas, centenas de momentos com os quais nos sentimos felizes.

As alegrias podem ser domésticas, particulares ou realizações profissionais.

A felicidade pode ser vivida em momentos como estar junto da família para assistir a uma partida de vôlei de areia; receber a notícia da confirmação de uma gravidez e a vinda de um sobrinho muito esperado; jogar baralho com seus avós; ver seu pai vestido como Papai Noel para entregar presentes no Natal; comer uma porção de bife no disco com os melhores amigos; caminhar com pessoas amadas no meio de um riacho; reunir e conviver com uma equipe de profissionais, colegas, que são como uma família. Fazer uma entrevista exclusiva, em um palco ou na pista do aeroporto, para o jornal da faculdade; realizar o primeiro debate reunindo todos os candidatos a governador do Estado em um estúdio de TV; ter fotos na exposição do Salão Mato-grossense de Fotografia.

Enfim, ser feliz é algo que não precisa ser buscado, aguardado, pode sim, ser vivido, em muitas e muitas “horinhas de descuido”, temos apenas que saber aproveitar, perceber, sentir.

As crianças, os poetas, compositores ou cantores nos dão dicas, sugestões que podemos seguir, pelo menos uma vez ou outra.

“Quando a manhã vai clareando, deixo a rede a balançar”, afinal “felicidade se acha é em horinhas de descuido”.

(*) JUDITE ROSA é jornalista em Mato Grosso e Diretora de Jornalismo da TV Brasil Oeste e da Rádio Industrial de Várzea Grande

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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