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Artigos Terça-feira, 07 de Junho de 2011, 21:34 - A | A

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Terça-feira, 07 de Junho de 2011, 21h:34 - A | A

Crime passional e outros

boa parte do lado contrário à preservação precisa “espontaneamente” chamar o poder público à comprovação e selo de qualidade de seu projeto ambiental atrelado ao negócio urbano ou rural

HONÉIA VAZ

Arquivo Pessoal

Sobre o novo Código Florestal Brasileiro e várias publicações de verdades, mentiras, suposições, reservas indígenas e ambientais sumidas, índio alemão, não se discute tantas outras medidas preponderantes na questão ambiental - dentre elas a falta de políticas eficazes de planejamento familiar (oras, mais gente no mundo, mais territórios se fazem necessários).

Ficamos sempre entre a hipocrisia da discussão localizada (o ponto agora é o Código) e os tantos paradigmas político-partidários e unilaterais de segmentos da sociedade, ambientalistas extremados e produtores atuantes à margem da sustentabilidade, além do exercício de poder das igrejas que, neste caso, “legislam” com a proibição aos métodos contraceptivos.

Se seguirmos esta linha, ficaria meio controverso não citar os bancos, que têm marketing de preservação ambiental, quando de outro lado bastava darem a ‘machadada’ certa: juros de financiamento muito mais caros para quem não tem um negócio dentro do tripé da sustentabilidade. E assim por diante, inclusive no âmbito de benefícios de linhas de crédito avalizadas pelos governos, políticas públicas, incentivos fiscais em quaisquer contextos de negócios. Creio que é preciso inverter a ordem: boa parte do lado contrário à preservação precisa “espontaneamente” chamar o poder público à comprovação e selo de qualidade de seu projeto ambiental atrelado ao negócio urbano ou rural.

Com relação a cortar árvores aqui e plantar um trilhão de mudas na China, isso pode até contribuir para o equilíbrio climático mundial e ocasionar crédito de carbono, mas jamais devolverá a vida do rio local que o desmatamento “matou”, o que, sem dúvida, prejudicará ou esfacelará o ciclo produtivo da região no entorno. Portanto, é fato que no lugar de árvores, cortar no toco tanta hipocrisia vai bem, objetivando chegarmos a um bom termo de ações necessárias à qualidade de vida da comunidade presente.

De qualquer forma, o tema Código Florestal Brasileiro está rendendo boas discussões, mas também pérolas mundo afora, via blog, jornais, revistas, sites, TVs, da parte de lá, de cá, de políticos e sociedade civil.

Numa delas, um autodenominado “matuto com quatro diplomas” mandou todos os opositores da nova legislação “catar coquim na roça para ver se sobreviviam”, explicando que se não fossem os produtores ninguém “tinha o que comer”. Se é simples assim, eu pergunto: se plantássemos todos, ele tinha para quem vender?

Mas, a comoção mesmo veio nas explicações e sensações que vão além da lei, quando pudemos sentir em outra declaração o quanto “dói no coração” ver que os produtores que desmataram ao ponto de chegar à ilegalidade, têm como motivo “demandas reprimidas”. A emoção foi tamanha que pulei todas as tentativas de explicações plausíveis de Freud e fui direto para Blaise Pascal, em sua célebre frase: “o coração tem razões que a própria razão desconhece”. Entre minhas pérolas, tenho cá comigo que se há sentimentos envolvidos e algo reprimido, este desmatamento até poderia ser questão de crime passional, se boa parte do avanço em determinadas áreas não fosse mesmo crime ambiental.

No mais, acredito que as leis do momento que passem por alguma recomposição da área degradada, e não punição com multas, para todas as datas extralegais, está bom para começar outra linha de ações realmente sobre o tripé de sustentabilidade. Nesta é preciso prever formas para que mesmo os que desmatam legalmente, ou não seguem determinadas regras, recorram “espontaneamente” aos novos critérios, visando a obtenção de benefícios, incentivos fiscais, entre outras conquistas e direitos vips até para microagricultores e pequenos produtores. A idéia é que a punição por meio de legislação seja o último, mas também o mais letal artifício. E que não podendo ser este um caso de amor pela natureza, que sustentabilidade seja a única possibilidade de negócio legal, juridicamente falando.

(*) HONÉIA VAZ é jornalista em Cuiabá-MT e colaboradora de Hipernoticias. 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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