Constelação evita transmissão de traumas entre gerações

Reprodução

Os filhos dos sobreviventes do Holocausto estavam mais propensos à alteração no nível de cortisol, o hormônio do estresse, que os do clã que não participaram dele.

Essa foi a conclusão de uma pesquisa realizada em 2015 no Hospital Monte Sinai, em Nova York, quando comparou sobreviventes do Holocausto e os filhos destes com as famílias que não tinham vivenciado a Segunda Guerra Mundial.

Esse trauma não afetou somente o membro que o sofreu, como também ecoou aos descendentes. Como um dano que aconteceu nas gerações anteriores afeta nossas vidas muitos anos depois, você pode estar se perguntando?! Na visão sistêmica, normalmente, são sintomas inconscientes, por necessidade de pertencimento à família de origem.

Há histórico na sua família de doenças respiratórias, cardíacas, autoimunes, diabetes, medos ou violência doméstica? Se sim, você tem receio de sofrer das mesmas doenças ou situações dos seus pais ou avós? E o que faz para ativar ou bloquear a transmissão deles?

Há doenças que têm origens específicas. Uma dessas causas pode ser de ordem genética, transmitida por nossos ancestrais. Mas também, suas origens podem ter raízes no sistema familiar, de modo que os vínculos inconscientes de sofrimento que marcaram a família, muitas vezes desconhecidos para nós, podem ser hereditários.

No campo da Biologia, Rupert Sheldrake investigou como as informações sobre as espécies são transmitidas. Ele chegou à conclusão que a memória da família acontece não só por imitação, mas também pelo campo morfogenético, que é um campo energético de hábitos do sistema familiar.

Além disso, a epigenética - que é uma área ligada à genética que estuda as características hereditárias -, regula o DNA ativando ou silenciando os genes, conforme as moléculas necessitam. Exemplificando, ela que manda o cabelo não nascer no olho. O médico, Dr. Barakat, explica que a epigenética está ligada ao comportamento – ele brinca que para ativar informação genética de diabetes basta comer açúcar e farinha, como se não houvesse amanhã.

A Constelação Familiar e Sistêmica se fundamenta pelo campo morfogenético e pela epigenética, por meio do método fenomenológico de representação. Ela traz à luz os vínculos inconscientes, faz com que se olhe com compaixão àqueles que nos precederam, auxilia tanto na reconciliação com conflitos emocionais infantis não resolvidos como evita que sejam transmitidos traumas às gerações seguintes.

Portanto, estilo de vida, ambientes saudáveis e constelação familiar e sistêmica são capazes de bloquear comportamentos infelizes passados e ativar de maneira positiva a linhagem genética. Tal como diria o filósofo, escritor e dramaturgo Jean-Paul Sartre, “não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim”.

Bom recordar que a constelação sistêmica e familiar não substitui o tratamento médico.

(*) BRUNA BERTHOLDO é Advogada e Terapeuta facilitadora em Constelação Familiar de bonecos, e escreve para HiperNotícias às terças-feiras. Instagram: brunabertholdocf. E-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM  e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.