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Artigos Quarta-feira, 11 de Junho de 2025, 15:21 - A | A

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Quarta-feira, 11 de Junho de 2025, 15h:21 - A | A

ALEK MARACAJÁ

Com Xandão vice, Bolsonaro transformou STF em palco digital

De tribunal a trending topic:, Bolsonaro transformou o STF performou e ganhou 23 milhões de engajamentos

“Os plenários ainda acreditam no discurso completo. As redes só consomem o corte. E é no corte que se vence a guerra da atenção.” Durante seu depoimento no Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (10), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diante de Xandão deu mais uma aula que fingem muitos ainda não ver sobre como se joga o jogo real da política atual: não é no plenário, não é no voto é no corte e no viral.

Xandão x Bolsonaro

O convite provocativo feito ao ministro Alexandre de Moraes, sugerindo que fosse seu candidato a vice em 2026, com direito a “manda as imagens das manifestações”, não foi um deslize, um improviso ou uma bravata. Foi um movimento cirúrgico de marketing político de rede. E funcionou.

O recorte do momento, em vídeo curto, até as 20h do mesmo dia já tinha acumulado mais de 23,3 milhões de interações (curtidas, visualizações, compartilhamentos) nas plataformas da Meta e no X (antigo Twitter). Palavras como #MoraesVice, #XandãoMeuVice, #mito, #circo, #vergonha e #eleVem2026 tomaram os trending topics enquanto a cena viralizava em grupos de WhatsApp e bolhas digitais da direita.

Nada disso é novo. Bolsonaro, mais do que qualquer outro político brasileiro, entendeu que no mundo da política digitalizada o que vale não é o discurso completo, é o corte que cabe em 15 segundos. Ele já fez isso em lives, em debates, em CPIs e agora em um depoimento no STF.

A lógica é simples: criar um momento performático e emocional; deixar o ambiente armado para que os aliados cortem e espalhem; gerar indignação na bolha adversária (que amplifica ainda mais o alcance); reforçar identificação com o público-base (que consome e replica o conteúdo com orgulho).

Pablo Marçal usou essa mesma fórmula em 2024 nos debates eleitorais. Bolsonaro aperfeiçoou. Ele não foi depor: ele foi gerar clipe. E quem não entende isso ainda acredita que política se vence só com estratégia de comunicação institucional.

A Ativaweb monitorou o episódio em tempo real. A performance do conteúdo foi explosiva: 23.347.998 interações combinadas em Meta + X em menos de 12 horas. Predomínio de sentimento irônico (30%) e negativo / polarizador (55%), com apenas 15% de sentimento genuinamente positivo (vindo de bolhas bolsonaristas). Os termos mais impulsionados foram #MoraesVice, #XandãoMeuVice, #mito, #circo, #vergonha e #eleVem2026.

“Quem domina os cortes, domina a emoção da bolha. E quem controla a emoção, dita o fluxo das redes”, analisa Alek Maracajá.

Enquanto boa parte da política institucional ainda acredita que “responder com nota oficial”, “dar entrevista coletiva” ou “apostar no racional” basta, a nova política da era digital joga outro jogo: o da emoção, do corte, do clipe que viraliza.

(*) ALEK MARACAJÁ - Presidente da ABRADi PB, professor da ESPM de Big Data e Estratégia Digital, membro do Laboratório de Combate à Desinformação da UFPB e autor do livro Brasil Digital — Nas Entrelinhas da Polarização Política.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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