Recentemente, ao ler o artigo do jovem cientista político Bruno Soller - O eleitor da Geração das Facções -, aqui no HNT, fui levado a refletir sobre os antigos ditados populares que meus saudosos pais e avós me ensinaram. Um deles, que carrego comigo até hoje, diz: “Deus ajuda a quem cedo madruga” — ou, em outras palavras, faça a sua parte que Ele ajudará.
Essa sabedoria ancestral reforça uma verdade simples e profunda: nada cai do céu. É preciso agir, sonhar, buscar meios para alcançar nossos objetivos. Reclamar, culpar os outros ou as circunstâncias pelo fracasso é, no mínimo, um sinal de cegueira para os próprios erros.
O mundo em que vivemos é competitivo e, muitas vezes, injusto. Pessoas exploram outras, e nem sempre o que gostamos de fazer é suficiente para garantir nossa sobrevivência e prosperidade. Para conquistar algo, é necessário esforço, dedicação e, muitas vezes, renúncia.
Por exemplo, para se formar na universidade, é preciso estudar, abrir mão de momentos de lazer e persistir mesmo quando as dificuldades surgem.
Essa ideia está presente em diversas tradições religiosas e culturais. A Bíblia, por exemplo, está repleta de ensinamentos que ressaltam a importância do trabalho e da perseverança. Em Provérbios 13:4, lemos: “O preguiçoso deseja e nada consegue, mas os desejos do diligente são amplamente satisfeitos.”
Já a fábula da cigarra e das formigas, muito conhecida, ilustra a importância de se preparar e trabalhar arduamente para garantir o sustento no futuro.
No Alcorão, também encontramos ensinamentos semelhantes. Em Surata An-Najm (53:39), está escrito: “E que o ser humano nada recebe senão aquilo pelo qual se esforça.” Isso reforça a ideia de que o crescimento e a prosperidade dependem diretamente do empenho individual.
Muitas vezes, a condição de pobreza é resultado da falta de esforço, de uma atitude acomodada diante da vida. Como diz a música popular, “Eu nasci assim...” ou “Deixe a vida me levar...”, são expressões de conformismo que levam ao declínio, à estagnação e à
frustração. Reclamar das circunstâncias, culpar os outros ou o destino não resolve nada — é preciso agir.
Hoje, parece que muitos jovens estão mais preocupados com as aparências do que com a realidade. A busca por uma imagem ideal nas redes sociais, o imediatismo (chamo de geração miojo – tudo fica pronto em 3 minutos) e a falta de foco levam ao vazio existencial, à tristeza e à solidão. Isso reflete no aumento da evasão escolar e no crescimento do analfabetismo funcional, que já atinge quase 30% da população jovem, o que gera um impacto significativo na capacidade de compreensão e uso da escrita e da leitura em contextos cotidianos. Essa geração, vota e escolhe os governantes, mas não tem a mínima idéia do que está acontecendo
em sua volta, talvez não consiga nem distinguir cores.
Nós, os idosos, estamos partindo, e fica a pergunta: que mundo deixaremos para as próximas gerações? Até onde ainda conseguimos influenciar? A polarização da política é uma realidade e os que mais se enfrentam são os que menos conhecem sobre o assunto, carregam bandeiras, andam em bando, discutem entre si, se emfrentam até nas vias de fato, defendem quem só conhecem por umas poucas falas, mas até pra repetir o que lhes foi contado são piores que Papagaio.
Finalizando, cada qual é responsável por si mesmo, sem mimimi. É preciso fazer a sua parte, com esforço, dedicação e coragem para enfrentar os obstáculos. Como diz o ditado popular: “Faça a tua parte que Deus fará a dele.” No mundo de gente que anda para frente,
quem fica parado anda para traz.
(*) NAIME MARCIO MARTINS MORAES é advogado e professor universitário em Cuiabá.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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