Eu me chamo Gisele, sou uma doente alcoólica e dependente química. Infelizmente eu nasci em uma família predestinada a se desintegrar com a doença do alcoolismo, pois perdi praticamente todos os meus familiares vítimas dessa enfermidade. É uma doença sutil e voraz credora, como eu ouço dizer nas reuniões de Alcoólicos Anônimos, porque cobra um preço muito caro daqueles que ataca, pois continua matando quem não consegue parar de beber.
Minha mãe se suicidou, meu pai foi assassinado, meus tios também perderam a vida chocando-se com uma carreta que estava estacionada em uma rodovia. A partir dessas tragédias comecei a pensar que também não sairia impune da vida desregrada que eu levava. Somente graças a um Poder Superior, que para mim é Deus, eu consegui parar de beber e de usar drogas após várias internações.
Foi durante uma dessas internações que eu conheci o A. A., começando então a viver sem o uso/abuso de álcool e drogas. Graças a Deus, aquele foi o começo de uma nova vida para mim, que já não tinha qualquer esperança de viver bem sem ingerir substâncias que alteram o humor.
Antes de chegar a irmandade de Alcoólicos Anônimos eu tive quatro filhos (dois casais), mas não conseguia criá-los como as mães planejam fazer. Tão logo parei de beber em A. A., eu resgatei meus filhos, terminei meus estudos básicos e estou cursando duas faculdades. Enfim, depois de quase 30 anos de dependência de álcool e drogas, estou sóbria e limpa há quase quatro anos.
Sempre que faço um retrospecto em minha história de vida, lembro-me de ser grata a essa irmandade maravilhosa que vem salvando vidas há 90 anos. É essa gratidão que aprendi a ter nas reuniões de Alcoólicos Anônimos que me move a fazer um alerta aos que estão no fundo do poço por causa do álcool: Alcoólicos Anônimos funciona, quem quer que esteja se sentido desesperado por causa do beber doentio, eu sugiro que procure um grupo de A. A. para experimentar viver sóbrio. Funciona, realmente funciona.
No começo eu pensava que não conseguiria viver sem álcool e drogas, mas hoje, mantendo frequência às reuniões e seguindo o sugerido por um programa espiritual que tenho aprendido lá, descobri que é possível viver sóbria. Muito mais do que possível, é uma coisa maravilhosa viver sem a dependência dessas substâncias.
(*) GISELE é nome fictício em respeito à tradição do Anonimato.
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