Abre o olho xô mano Galindo

Onde há, fumaça há fogo, já diz o ditado popular. Em 2006 havia uma fumaça, de que a SANECAP seria privatizada, uma conversa aqui, outra ali, enfim estavam sondando o terreno.

Porém, o Wilson com o capital político que tinha, não ousou, enterrou a ideia.

Chegaram a fazer uma campanha Salve o Rio Cuiabá e subliminarmente havia a ideia de que o rio seria salvo através da venda da água de Cuiabá.

Não vingou, pois a ideia era absurda, vincular a concessão da água a salvação do rio, como se uma coisa dependesse da outra, era subestimar a inteligência do povo.

Wilson não teve coragem de tamanho sacrilégio, o caso agora, é que Wilson não é mais prefeito, em eu lugar está o seu vice, Francisco Galindo, que não fica nem vermelho em falar em vender a SANECAP. Um bom observador verá que o plano de venda está em plena execução, o caminho está sendo pavimentado a passos largos.

A trilha do sucateamento está sendo estampada nas na imprensa não é de hoje, a má prestação do serviço nem se fala, prejuízos...constantemente. Como diria o personagem José Dias em Dom Casmurro (Machado de Assis), PAVIMENTADÍSSIMO.

Criaram a dificuldade, surgiu a necessidade e agora vem a venda da “facilidade”.

Você não tem água pra beber? A água só chega na sua casa à meia-noite? Não tem coleta de lixo? Você já está tomando banho na casa da sogra? SEUS PROBLEMAS ACABARAM... as organizações tabajara compram água da sua cidade, recupera toda a estrutura com dinheiro emprestado por vocês (BNDES), e vocês só terão que pagar uma pequena tarifa, bem abaixo do que pagam hoje (leia as letra miúdas no rodapé). Além disso, o serviço terá a garantia da mundialmente conhecida ORGANIZAÇÕES TABAJAAARA.

Seria cômico se não fosse trágico. A dificuldade pela qual passa o povo é tão grande que ninguém nem conseguirá enxergar a rasteira, quando acordarem já estarão refém da empresa concessionária.
Em outras cidades o argumento usado para privatizar foi o mesmo, ou seja, que o órgão gestor está deficitário, o sistema precisa ser modernizado e que, se não privatizar, o sistema vai entrar em colapso.

Quando o Wilson era o prefeito, ainda era mais fácil evitar essa tragédia, porque, além de dinheiro, ele politicamente nada tinha a ganhar. Para alguém como ele, poderia significar a morte política. Talvez por isso tenha recuado.

Porém, estamos falando de alguém que talvez tenha parado em Cuiabá só pra passar uma chuva ou duas, que foi guindado à condição de prefeito devido a falta de um sistema de financiamento público de campanha.

Desta forma, o que impede Galindo de vender o patrimônio do povo cuiabano, terminar o mandato e tchau? Nada impede, até porque, pelo andar da carruagem, não conseguirá fazer o seu mandato decolar.

Se eu tivesse que apostar, diria que a água de Cuiabá já está vendida, só não foi entregue ainda.

(*) JOSÉ ANTONIO DOS SANTOS MEDEIROS é membro do diretório Regional do PPS e da Executiva Municipal de Rondonópolis-MT. E-mail: [email protected]

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