Quando vemos alguém precisando de ajuda, logo perguntamos: “Quer ajuda?”
Mas, muitas vezes, esperamos ouvir como resposta: “Não, obrigado.”
Assim, sentimos a consciência aliviada e a imagem preservada. A verdade é que, não raro, oferecemos auxílio mais para nos sentirmos bem do que para realmente estender a mão.
Na vida, alguns precisam parecer “santos”, sustentando uma falsa perfeição diante dos olhares julgadores. Somos, todos, atores no grande teatro da vida: imperfeitos, mas cheios de potencial de evolução. Alguns reconhecem isso; outros, desprezam. Há quem prefira os aplausos a qualquer custo, ainda que tenha de vestir máscaras que escondem quem realmente é.
Quantas vezes complicamos o entendimento do que seja o “melhor caminho”, apenas por que nele há quem possa apontar nossos defeitos? Assim, deixamos de lado nossas qualidades, fazemos escolhas erradas, desistimos da coragem e nós entregamos ao comodismo que paralisa a evolução.
Em outras ocasiões, mesmo diante do óbvio, escolhemos o caminho mais difícil — não pela necessidade, mas pela paixão pelo risco, pelo desejo de provar algo. Esquecemos que a simplicidade é um presente constante que a vida nos oferece.
Mas, contraditoriamente, decidimos pelo extraordinário e complexo, como se apenas isso desse valor às nossas vitórias.
A vergonha, a insegurança e a falta de confiança fazem com que valorizemos demais a derrota e deixemos de lado a luta. Assim, o medo paralisa a coragem e o mesmismo vira regra.
Não deveria ser assim, mas é.
As explicações simples tornam-se absurdas aos olhos de muitos. Por serem fáceis de entender, passam a ser desprezadas.
E as pessoas, então, preferem calar, acomodar-se, enterrar os sonhos em nome do extraordinário inalcançável.
Vergonha maior não é errar.
Vergonha maior é deixar de dizer o certo por medo de errar.
É muito melhor se arriscar a fazer algo do que terminar não fazendo nada.
A coragem está dentro de cada um de nós, mas a massa — esse corpo coletivo que uniformiza e sufoca — tem o poder de esconder a individualidade. Assim, os atos simples de enfrentamento, capazes de construir um mundo melhor, muitas vezes são desprezados. E muitos, por medo de parecer covardes, renunciam à possibilidade de liderar e deixam de pilotar a própria vida.
(*) WILSON CARLOS FUÁH é Pensador e Escritor - Graduado em Ciências Econômicas - É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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