No nono episódio da série América Clima e Mercado, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) esteve no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, para analisar os desafios da safra local. A visita ocorreu na terça-feira (19). A equipe destacou que a região possui uma das maiores bacias leiteiras do país e uma agricultura marcada por propriedades de pequeno porte.
Segundo o diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol, Wisconsin é um dos menores estados visitados em termos de área cultivada, mas ainda assim desempenha papel relevante na produção agrícola.
“É um dos menores estados em lavoura que nós visitamos. Tem 2 milhões de hectares e módulos pequenos de produtores, até 250 hectares na região central e sudeste do estado. Porém, é uma das maiores bacias leiteiras dos Estados Unidos. Com respeito às produtividades, mesmo com os excessos de chuva no início da implantação das lavouras, os produtores nos passaram que as produtividades estão dentro da normalidade.”
O produtor Charlie Knigge, da Knigge Farms LLC, em Omro, explicou que, apesar de um início de safra difícil, as lavouras se recuperaram e há otimismo quanto à colheita. Segundo ele, a expectativa é colher acima de 55 sacas de soja por hectare e entre 190 e 200 sacas de milho por hectare, mesmo com espigas menores do que em anos anteriores.
Knigge também destacou a importância da diversificação no manejo da propriedade de 260 hectares, alternando culturas de soja, milho, trigo de inverno e alfafa, além do uso de dejetos bovinos na adubação. Parte do milho é destinada à silagem, enquanto outra parcela segue para ração ou produção de etanol.
De acordo com Bertuol, em contraste com estados da região central dos EUA, como Missouri, Indiana e Illinois, Wisconsin registrou temperaturas noturnas mais amenas e chuvas bem distribuídas. Ainda assim, o excesso de precipitação no início da safra dificultou a implantação das culturas.
O produtor Pete Knigge, também da Knigge Farms LLC, reforçou que, embora as condições climáticas tenham sido favoráveis em boa parte da safra, as projeções não indicam recordes de produtividade.
“Fez muito calor até a semana passada, quando passamos a ter os dias mais frescos do verão todo. Boa umidade, chuvas na hora certa, a lavoura prometia muito durante a safra. Quando começamos a monitorar produtividade, porém, vimos que não seria uma safra recorde.”
A série América Clima e Mercado será concluída nesta quinta-feira (21), com um balanço geral sobre as visitas a dez estados norte-americanos.
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