Na série América Clima e Mercado, da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Nesta quinta-feira (14) visitou o estado de Nebraska, nos Estados Unidos, onde observou que os agricultores diminuíram significativamente o uso de pivôs de irrigação nesta safra em razão do volume de chuvas. A equipe também avaliou as condições do solo e as práticas de manejo na região, que possui áreas arenosas com desafios semelhantes aos enfrentados em Mato Grosso, mesmo em propriedades irrigadas.
Manejo do solo e adaptação às condições climáticas
Brent Tenopir, proprietário da Fazenda JSMM, em Spalding, explicou que o uso de irrigação foi mínimo nesta safra devido às chuvas abundantes. Ele destacou as estratégias adotadas para manter a fertilidade do solo, como a aplicação de dejetos do confinamento de gado e análises anuais para ajustar a reposição de nutrientes.
"Usamos muito pouco o pivô, o mínimo mesmo. O excesso de chuvas até dificulta a reposição de nitrogênio sintético, mas fazemos de três a quatro aplicações por área. Temos um programa de gestão do solo há dez anos, utilizando esterco e monitorando as necessidades de cada safra", afirmou Tenopir.
Ele também mencionou os desafios com a compactação do solo arenoso, que reduz a infiltração da água, e disse que estão estudando formas de melhorar a retenção hídrica.
Uniformidade da soja e plantio direto
Táimon Semler, consultor da Aprosoja MT, observou que, nesta safra, a soja apresentou desenvolvimento uniforme mesmo em áreas de bordadura, onde normalmente há perdas de produtividade. Ele atribuiu parte desse resultado ao plantio direto sobre palha de milho e centeio, que ajuda a preservar a umidade e a estrutura do solo.
"Neste ano, não há diferença nítida entre áreas irrigadas e não irrigadas. Em safras anteriores, a bordadura tinha produtividade 30% menor, mas agora a expectativa é que seja muito próxima", explicou Semler.
Semelhanças com Mato Grosso e desafios do solo arenoso
Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja MT, comparou as condições de Nebraska com as de Mato Grosso, destacando que mesmo em áreas irrigadas há limitações devido ao solo arenoso.
"Vimos variabilidades similares às nossas, com solos que limitam a produtividade. Isso reforça a importância de pesquisas e manejos específicos para cada região", disse Bertuol.
A série América Clima e Mercado segue nesta sexta-feira (15.08) para o estado do Kansas, onde a equipe continuará monitorando lavouras e analisando dados de produtividade.
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