Nesta terça-feira (12), a série América Clima e Mercado, promovida pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), realizou atividades técnicas no estado de Dakota do Norte, nos Estados Unidos. Pela manhã, a equipe visitou a Universidade Estadual de Dakota do Norte, onde se reuniu com os professores Carlos Pires e Leandro Bortolon, especialistas em saúde do solo.
Dakota do Norte possui uma agricultura diversificada, com aproximadamente 95% das propriedades classificadas como familiares, distribuídas em 15,7 milhões de hectares e mais de 24 mil fazendas. Além de soja e milho, o estado cultiva trigo, girassol, canola, mel, feijão, ervilha, cevada, entre outras culturas. Entre os principais desafios enfrentados estão a erosão eólica, a presença de plantas daninhas como kochia e waterhemp, e a salinidade natural do solo.
Segundo o professor Carlos Pires, a universidade mantém uma relação próxima com os produtores locais, desenvolvendo pesquisas voltadas a demandas práticas. Ele destacou que, em 2023, um levantamento nacional com mais de 250 produtores de 15 estados apontou que 60% consideram a universidade como principal fonte de informação técnica.
O diretor administrativo da Aprosoja MT, Diego Bertuol, ressaltou que Mato Grosso também conta com iniciativas voltadas à pesquisa aplicada, como os centros Ctecno Parecis e Ctecno Araguaia, mantidos com recursos dos associados. Esses centros realizam experimentos de campo voltados à validação de tecnologias e práticas de manejo adaptadas às diferentes regiões produtoras do estado.
O professor Leandro Bortolon observou que Dakota do Norte apresenta grande variação nos ambientes de produção, sendo o regime de chuvas um dos principais fatores limitantes. Ele também mencionou a salinidade do solo como um desafio recorrente, embora as condições climáticas atuais indiquem uma safra de soja promissora, com boa formação de plantas e expectativa de produtividade acima da média.
No período da tarde, a equipe da Aprosoja MT visitou a propriedade do produtor Dallas Loff, em Wahpeton, acompanhada pela Associação dos Produtores de Soja de Dakota do Norte. Durante a visita, foram observadas lavouras de soja e milho. Segundo Loff, a produtividade média de soja no estado gira em torno de 40 sacas por hectare, sendo a cultura utilizada frequentemente em sistemas de rotação com milho, canola e beterraba açucareira.
O produtor informou que, apesar da expectativa de queda de cerca de 10% na produtividade da soja em relação ao ciclo anterior, os resultados devem permanecer acima da média regional. Para o milho, a projeção é de desempenho semelhante ao do ano passado, com cerca de 210 sacas por hectare.
A série América Clima e Mercado segue nesta quarta-feira (13) para Dakota do Sul, onde a equipe continuará o monitoramento de lavouras e as análises de produtividade.
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