No oitavo dia da série América Clima e Mercado, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) visitou propriedades no estado de Indiana, nos Estados Unidos, nesta segunda-feira (18) para observar práticas de manejo e os desafios enfrentados na safra local.
Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a safra de 2024 apresentou produtividade média de 65 sacas por hectare de soja e 210 sacas de milho em Indiana. No município de Pittsboro, a equipe acompanhou a B & B Farms, onde, no ano passado, a produção atingiu 270 sacas de milho e 77 sacas de soja por hectare. Os resultados, de acordo com os produtores, refletem investimentos em fertilidade do solo, uso de híbridos tecnológicos e aplicação de fungicidas nos últimos anos.
O diretor administrativo da Aprosoja-MT, Diego Bertuol, destacou que a principal dificuldade relatada pelos agricultores locais foi a irregularidade das chuvas no início de agosto, embora o cenário tenha começado a mudar com o retorno das precipitações durante a visita.
Christopher Taylor, produtor da B & B Farms, ressaltou a variabilidade climática como fator de incerteza. Segundo ele, temperaturas noturnas mais altas e a estiagem registrada no início de agosto podem influenciar o desempenho das lavouras. “Nos últimos anos, essa virada de julho para agosto tem sido mais seca. Já faz duas semanas que não temos boa precipitação, e seria importante que chovesse mais para concluirmos bem a safra”, afirmou.
Gene Blanton, também produtor da B & B Farms, avaliou que a previsão de chuvas pode consolidar resultados positivos, especialmente na soja. “Apesar de algumas áreas mais secas, as médias devem permanecer altas. Se não atingirmos um recorde de produtividade, chegaremos perto disso”, disse. Buddy Blanton, por sua vez, atribuiu ganhos recentes ao uso de novas tecnologias e à antecipação do plantio de soja.
“Quando começamos, a produtividade era de 40 a 45 sacas por hectare. Com genética melhor, tratamento de sementes, fungicidas e mudanças no calendário, esses números aumentaram. Hoje, muitas vezes plantamos a soja antes do milho”, explicou.
Bertuol observou que a aplicação de fungicidas tanto na soja quanto no milho contribuiu para os resultados da propriedade visitada, embora não seja uma prática disseminada entre todos os agricultores da região. Taylor acrescentou que, mesmo com custo elevado, o uso de fungicidas tem elevado a produtividade. “No milho, fazemos duas aplicações: uma no início e outra no fim do ciclo, por via aérea. Nem todos os produtores adotam, mas para nós tem feito diferença”, afirmou.
A série América Clima e Mercado prossegue nesta terça-feira (19) no estado de Wisconsin, com continuidade no monitoramento das lavouras e análises de produtividade.
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