O câncer de ovário, apesar de menos frequente que outras neoplasias ginecológicas, tem alta taxa de mortalidade devido ao diagnóstico tardio. Fatores ligados à reprodução feminina, como a maternidade tardia ou a ausência de gestações ao longo da vida, podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença.
Neste 8 de maio, Dia Mundial do Câncer de Ovário, a médica ginecologista e obstetra Germana de Freitas, que atende no Hospital São Mateus, em Cuiabá, explica que alterações no padrão hormonal ao longo da vida reprodutiva podem influenciar no risco de câncer de ovário.
“Durante a gravidez e a amamentação, os ovários entram em uma espécie de pausa no funcionamento hormonal, o que pode ajudar a reduzir o risco da doença. Quem nunca engravidou, por outro lado, mantém essa atividade dos ovários por mais tempo, o que pode aumentar as chances de desenvolver o câncer”, ressalta a especialista.
A maternidade tardia, considerada a gestação após os 35 anos, também é apontada como um fator de risco para o câncer de ovário. Isso ocorre porque, à medida que a idade avança, os ovários continuam ativos por mais tempo, mantendo uma exposição prolongada ao estrogênio, hormônio que pode favorecer alterações celulares associadas ao desenvolvimento de tumores.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de ovário é terceira neoplasia ginecológica mais comum, ficando atrás do câncer do colo do útero e do endométrio. Estima-se que cerca de 6 mil novos casos sejam registrados por ano no Brasil.
"O principal desafio do câncer de ovário está na sua detecção precoce. Em muitos casos, os sintomas como inchaço abdominal, dor pélvica persistente, alterações urinárias e intestinais, perda ou ganho de peso sem explicação, fadiga excessiva, dor nas costas e falta de apetite, são inespecíficos e facilmente confundidos com distúrbios gastrointestinais. Por isso, é fundamental manter atenção redobrada”, alerta a ginecologista.
Além da maternidade tardia e da ausência de gestação, outros fatores como idade elevada, histórico familiar, mutações genéticas, menstruação precoce e menopausa tardia, também aumentam significativamente a probabilidade de desenvolvimento da doença.
“Ainda assim, é importante reforçar que o câncer de ovário pode atingir qualquer mulher, mesmo na ausência desses fatores de risco conhecidos”, destaca Germana.
O diagnóstico geralmente exige uma combinação de exames de imagem, como ultrassonografia e tomografia computadorizada, além de exames laboratoriais para medir níveis de proteínas tumorais. Em alguns casos, a biópsia pode ser realizada por meio de cirurgia laparoscópica.
"O tratamento do câncer de ovário varia conforme o estágio da doença e envolve uma abordagem multidisciplinar. Dependendo do caso, pode incluir cirurgia, quimioterapia e terapias-alvo. O objetivo principal é eliminar as células cancerígenas, reduzir o risco de recorrência e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida das pacientes, durante e após o tratamento”, explica a médica.
Germana ressalta também a importância de estar atenta a outros fatores de risco, manter o peso sob controle e visitar o médico com regularidade. “Embora ainda não exista um exame de rastreamento eficaz para o câncer de ovário em mulheres sem sintomas, é essencial lembrar que o uso de anticoncepcionais, ao inibir a ovulação, pode atuar como forma de prevenção. O acompanhamento médico contínuo também é importante.”, conclui.
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