No mês em que se celebra o Dia Mundial de Conscientização do TDAH, em 13 de julho, o alerta sobre os desafios enfrentados por mulheres com o transtorno ganha ainda mais relevância. Sob a pressão de dar conta de tudo, muitas mulheres convivem com o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) sem saber. Sem diagnóstico, acumulam frustrações, autocrítica e esgotamento, acreditando que o problema está nelas, e não no cérebro.
Por trás de rótulos como “desorganizada”, “esquecida” ou “apenas ansiosa demais”, está, em muitos casos, um transtorno neurobiológico real e ainda pouco reconhecido: o TDAH. Quando se manifesta em mulheres, especialmente na vida adulta, o transtorno costuma ser mascarado por sobrecarga emocional e cobranças sociais, dificultando o diagnóstico e o acesso ao tratamento adequado.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o Brasil tem cerca de 2 milhões de pessoas com TDAH. Porém, apenas uma parcela recebe diagnóstico, e entre as mulheres, esse número é ainda menor.
Segundo o médico neurologista que atende no Hospital São Mateus, José Alexandre Borges Figueiredo Junior, isso ocorre porque o diagnóstico tradicionalmente se baseia em comportamentos mais visíveis em homens, como agitação e impulsividade.
“Nas mulheres, o mais comum é o TDAH do tipo desatento, cujos sinais são menos óbvios como devaneios, esquecimento, dificuldade de concentração ou rendimento abaixo do esperado, frequentemente confundidos com preguiça, timidez ou desinteresse”, pontua o especialista.
Tipos de TDAH
Tipo combinado: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Tipo desatento: predominância de desatenção, sem hiperatividade evidente.
Tipo hiperativo/impulsivo: presença marcante de agitação e impulsividade.
Apesar dos desafios, o diagnóstico correto representa uma virada de chave. Com tratamento, muitas mulheres relatam melhora significativa na autoestima, nas relações pessoais e na rotina. O acompanhamento pode incluir psicoterapia, medicação, estratégias de organização e suporte emocional.
“O TDAH não é falta de força de vontade. Quando há compreensão e apoio, essas mulheres prosperam, porque são criativas, intuitivas e sensíveis. Mas precisam de ferramentas certas para lidar com seu próprio ritmo”, reforça o neurologista.
Tratamento
O tratamento é multidisciplinar e individualizado, adaptado às necessidades de cada pessoa. Ele pode incluir psicoterapia, com destaque para a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), uso de medicamentos (estimulantes ou não estimulantes), técnicas de organização e gestão do tempo, participação em grupos de apoio, prática regular de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada.
“O primeiro passo é buscar avaliação com um especialista, como neurologista, psiquiatra ou neuropsicólogo. O diagnóstico é clínico, feito com base na história de vida do paciente, em relatos subjetivos e na observação dos sintomas em diferentes áreas da vida”, conclui o médico.
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