O início do segundo semestre de 2022 não foi nada fácil para o produtor rural Neri Geller (PP). Deputado federal eleito em 2018, o progressista viu o mandato de deputado federal cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral em agosto deste ano por abuso de poder econômico, o que o tornou inelegível pelos próximos oito anos, chegando a disputar a corrida ao Senado sub judice.
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Segundo a acusação, o deputado cassado teria operado esquema de “triangulação monetária” com o filho, Marcelo Geller. As movimentações suspeitas chegaram a quase R$ 3 milhões. Entretanto, Geller ainda segue cumprindo agenda parlamentar na Câmara Federal. Em virtude da perda da cadeira, após recontagem dos votos daquele pleito, o mandato deveria ser assumido pelo ex-secretário estadual de Educação, Marco Marrafon (Cidadania), mesmo nessa reta final, o que ainda não ocorreu.
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Mesmo não obtendo registro de candidatura para concorrer ao Senado, o ex-ministro da Agricultura no governo de Dilma Rousseff (PT) não recuou da disputa contra os então principais adversários: senador eleito Wellington Fagundes (PL) e o produtor rural bolsonarista, Antônio Galvan (PTB). Mas, acabou recebendo 310.481 votos, que foram congelados nas eleições do dia 2 de outubro -- figurando na terceira colocação do pleito.
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Ele até havia tentado reverter situação no TSE. Contudo, o recurso sequer tinha utilidade prática, já que o parlamentar terminou a disputa em terceiro lugar. Na campanha ao Senado, o progressista gastou R$ 3,7 milhões, sendo uma das mais caras.
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Ventos de bonança depois da tormenta foram soprados em novembro. Ele, que disputou a senatoria na chapa da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil – PT, PV e PcdoB), que elegeu Lula (PT) pela terceira vez presidente do Brasil, aproximou-se da esquerda sendo um dos responsáveis, ao lado de Carlos Fávaro (PSD), pela reaproximação do agronegócio ao presidente petista.
Recentemente, Geller chegou até ser um dos nomes cotados para retornar à função de ministro da Agricultura a partir de 1º de janeiro de 2023 no governo Lula. Os rumores ganharam força após ele e Fávaro serem convidados a integrar Grupo de Trabalho da Agricultura.
Contudo, o fato de Neri estar com registro cassado gerou dúvida sobre impedimento ou não de o progressista assumir a função pública. Mas, em entrevista ao HNT, o advogado Flávio Caldeira Barra explicou que o texto da Lei Complementar 135/2010, a popular Lei da Ficha Limpa, não faz menção ao impedimento de condenados na Justiça Eleitoral assumirem cargos de primeiro escalão. Assim, mesmo não sendo escolhido por Lula para ocupar o Ministério, Neri pode ser nomeado para outra função no staff federal. A impressa nacional ventila que Geller pode assumir, por exemplo, a Secretaria de Política Agrícola.
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