O deputado federal Neri Geller (PP) afirmou que o Ministério Público Eleitoral (MPE) induziu o Judiciário a cometer um erro deferindo o pedido de sua cassação em julgamento na última terça-feira (23). Em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa, Neri Geller declarou que respeita o órgão ministerial, mas chamou a cassação de injusta e reafirmou que as transações financeiras questionadas pelo MPE diziam respeito à sua atividade como produtor agrícola.
"Não vou sair pelas portas do fundo porque eu não devo uma vírgula. Se acharem que vai dar W.O, estão enganados. Eu não devo uma vírgula nesse processo. Eu estou habilitado, não tenho uma vírgula que me desabone e não tenho nenhum motivo para recuar. Pelo contrário, se o nosso grupo definir, nós vamos para cima e, agora, diferente, com o chicote na mão. Eu não tenho medo de fazer enfrentamento", disparou.
O deputado também adiantou que seus advogados já trabalham para reverter o acórdão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ainda não foi publicado. Na noite de terça, em decisão plenária, os ministros da Corte consideraram Neri Geller culpado da prática de abuso de poder econômico nas eleições de 2018.
Quebras de sigilo bancário revelaram transações suspeitas de R$ 2,8 milhões entre Neri Geller e o filho, Marcelo Geller, entre setembro e novembro de 2018. As movimentações foram consideradas um esquema de 'triângulação financeira' já que, segundo a denúncia do MPE, o dinheiro era depositado por pessoas jurídicas na conta de Neri Geller, transferido ao filho e, depois, devolvidos à conta do deputado.
Durante a coletiva de imprensa, o parlamentar garantiu que todas as transações estão amparadas por documentos fiscais. Segundo ele, o dinheiro foi depositado por duas empresas multinacionais com quem ele e o filho, que é seu sócio, mantêm negócios.
"Então, como produtor, eu não posso disputar a eleição? Ou eu tenho que parar a minha atividade agrícola que eu exerço desde 1998? Todo ano qualquer produtor faz essas operações e eu fui cassado de forma injusta", argumentou.
O caso deve ser levado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
LEIA MAIS: TSE determina ao TRE cumprimento imediato de decisão que cassou mandato de Neri Geller
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.