Após reunião com dez governadores em Brasília, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UB), comparou o risco econômico do Brasil ao colapso vivido pela Venezuela, fez duras críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e cobrou uma atuação mais firme nas negociações comerciais com os Estados Unidos diante do 'tarifaço' de 50% aplicado pelo governo americano sobre produtos brasileiros.
“Temos que cobrar do presidente Lula que ele assuma o protagonismo dessa negociação. Ele representa o país e não pode abrir mão de dialogar com o americano”, disse Mendes, lembrando que o presidente chinês, Xi Jinping, mesmo em meio à crise global, manteve mais de uma dezena de conversas diretas com o presidente dos EUA, Donald Trump.
O governador acusou Lula de priorizar interesses eleitorais em detrimento da economia. “Lula não pode ficar aqui oferecendo jabuticaba, falando algumas coisas quando está se jogando para o time eleitoral que representa, deixando de lado os interesses da economia brasileira e, principalmente, a defesa do emprego. Imagina quantas empresas americanas têm aqui no país. E se elas começarem um processo de desinvestimento? Olha a consequência disso para a vida de todos nós”, alertou.
Mendes afirmou que, caso Lula não lidere o diálogo com Washington, o Congresso Nacional deve assumir o protagonismo. “Se ele não fizer, que o Congresso, um poder legítimo, com o presidente da Câmara e do Senado, tome as rédeas dessa negociação.” Apesar de considerar a medida de Donald Trump equivocada, o governador ponderou sobre o peso da economia americana.
“Está errado (Trump), sim. Mas ele é o presidente da maior economia do planeta. Não adianta nós, com a dimensão que temos, querer peitar o cara. Não dá para agir do jeito que está agindo, cometendo erros clássicos e gigantescos da diplomacia internacional. Isso pode custar caro a todos nós brasileiros.”
Mendes também fez um alerta comparando o cenário à crise venezuelana. “Parece que estão surfando numa onda ou numa fumaça eleitoral, e isso está norteando decisões. O que aconteceu com a Venezuela quando enfrentou os Estados Unidos? Virou um país de quinta categoria, que hoje envergonha os venezuelanos, destruindo um dos maiores êxitos da América Latina. Não podemos permitir que essa crise escale e jogue o Brasil em uma das piores crises da sua história.”
A reunião ocorreu na residência oficial do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), na quinta-feira (7). Além do tarifaço, os governadores discutiram a votação da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023.
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O grupo aguarda o anúncio do pacote federal de medidas para mitigar os impactos econômicos e defendeu mais protagonismo do Congresso nas negociações internacionais.
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