O governador Mauro Mendes (União Brasil) afirmou ver “com bons olhos” o possível apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) ao governo de Mato Grosso nas eleições de 2026. Para Mauro, o respaldo do ex-presidente é importante e disputado em todo o país.
“Eu vi com bons olhos, porque o presidente Bolsonaro tem uma liderança expressiva aqui no Estado, e todo apoio é importante. Mas quem vota aqui é o cidadão mato-grossense. O apoio dele é um apoio que muita gente disputa no Brasil inteiro e tenho certeza que isso pode ajudar uma eventual candidatura do Pivetta ou de qualquer um”, afirmou Mendes urante inauguração da Zona de Processamento e Exportação (ZPE) Engenheiro Adilson Reis, em Cáceres (200 km de Cuiabá), nesta sexta-feira (24).
A manifestação do governador ocorre em meio à crescente articulação do PL e do Republicanos para consolidar um projeto único da direita em Mato Grosso, com Pivetta como cabeça de chapa. O movimento, de acordo com o que tem sido ventilado desde o início da semana, conta com simpatia do próprio Bolsonaro, mas ainda não tem o aval do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.
Nos bastidores, o grupo trabalha para evitar a pulverização de votos entre Pivetta e o senador Wellington Fagundes (PL), que também mantém a pré-candidatura ao Palácio Paiaguás. Apesar de resistir, Wellington tem visto o espaço político encolher diante do apoio bolsonarista ao vice-governador.
Questionado sobre a possibilidade de atuar pessoalmente para unificar as forças de direita, Mauro desconversou.
“O pessoal fala muito que eu não gosto muito de fazer política, eu gosto mais é de trabalhar e dar resultado. Mas de vez em quando eu tiro uns minutinhos para fazer essa tal política, para poder jogar um pouco o jogo que a turma sabe jogar e gosta de jogar. Eu sou um executivo que está na política, vim para trabalhar e entregar um Mato Grosso melhor do que recebi, e é isso que vou fazer até o último dia”, pontuou.
Embora evitativa, a fala reforça o alinhamento institucional entre Mauro e Pivetta e sinaliza que o governador pode ter papel decisivo na costura da aliança entre Republicanos, União Brasil e PL, repetindo o formato vitorioso de 2022, quando o grupo reelegeu Mauro com ampla vantagem.
Enquanto isso, aliados de Wellington tentam adiar o anúncio oficial do apoio do PL a Pivetta, na tentativa de manter margem de negociação interna com Valdemar Costa Neto e com o próprio Bolsonaro. Na quinta-feira (23), o senador declarou que já agendou uma reunião com Valdemar dentro de 15 dias para esclarecer a conjuntura.
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