Deputados da Assembleia Legislativa reconheceram a força do Executivo, que inviabilizou a derrubada do veto de Mauro Mendes (UB) ao reajuste de 6,8% dos servidores do TJMT, admitindo que não houve margem para reação em Plenário. A exemplo do deputado Wilson Santos (PSD), que classificou o episódio como uma “sessão histórica” marcada pela “incoerência do parlamento”.
“Há duas semanas esse mesmo plenário havia aprovado a matéria com ampla vantagem. E hoje, apenas 10 deputados mantiveram seu posicionamento e votaram pela derrubada. Então, o governo, nesse intervalo de duas semanas, conseguiu mudar muitos votos. [...] O mesmo parlamento, o mesmo plenário que aprovou a matéria, agora ele vem e desaprova a matéria que ele havia aprovado. Fica uma incoerência e isso desgasta o parlamento, fragiliza a imagem e a credibilidade”, afirmou Santos.
O deputado Valdir Barranco (PT) lamentou a perda e destacou a dificuldade em se opor à base governista, que chamou de "rolo compressor".
“Derrubar veto aqui na Assembleia é muito difícil, o governo tem um rolo compressor aqui, ele tem uma esmagadora maioria e é muito difícil, porque ele cobra, ele entra em contato, ele quer o voto. [...] Raríssimos os vetos são derrubados aqui na Casa”, disse.
Barranco ainda expressou preocupação com a interferência do Executivo no Judiciário, considerando o fato “muito ruim para a imagem de Mato Grosso.”
O relator do projeto, deputado Eduardo Botelho, disse estar surpreso com o número de votos que aderiram à manutenção do veto: “eu achava que ia ter, ia ser a diferença muito apertada de um voto. Talvez faltasse um voto, mas deu mais, faltou três votos,” apontou.
Ele, no entanto, minimizou a ideia de falta de autonomia do Poder, chamando a situação de "articulação democrática" e sugerindo que o jogo político muda rapidamente, citando exemplos do Congresso Nacional.
Os deputados Carlos Avallone (PSDB) e Diego Guimarães (Republicanos) também se disseram surpreendidos pela súbita “virada” de votos em favor do governo que por sua vez demonstrou muita força.
"Foi bastante chocante, foi muito difícil para a sociedade entender como que você vota. Quando um voto é secreto você vota de um jeito, quando não é, você vota de outro jeito. Pega mal na imagem da assembleia”, afirmou Avallone.
“Votação surpreendente. O que a gente esperava das manifestações públicas era ter votos suficientes para derrubar o veto. Foi surpreendente, a gente fica impressionado”, endossou Guimarães.
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