Lideranças nacionalmente conhecidas da política e dos movimentos sociais estão gravando vídeos de apoio à vereadora Edna Sampaio (PT) e contra as acusações de "rachadinha" envolvendo a parlamentar.
Os depoimentos manifestam repúdio ao que chamam de fake news e reforçam a denúncia de violência política de gênero feita pela vereadora, que alega que não cometeu nenhuma irregularidade na gestão do gabinete.
Um dos vídeos foi gravado pela deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ), que está em seu quinto mandato e foi recentemente eleita para a coordenação da Secretaria da Mulher na Câmara dos Deputados e da Bancada Feminina da Câmara para o biênio 2023-2025.
Primeira mulher negra a ocupar os cargos de vereadora, deputada, senadora e governadora no Estado do Rio de Janeiro, ela foi ministra da Secretaria Especial de Trabalho e Assistência Social no primeiro governo do presidente Lula (PT).
No vídeo, a deputada afirma que Edna vem sendo vítima de difamação por parte de setores conservadores e reacionários e que, como mulher, negra e parlamentar, tem acompanhado o mandato coletivo, classificando-o como popular, participativo, de qualidade e representativo.
“Sei de seu compromisso e luta pela justiça, igualdade, acesso e oportunidade. Por isso, quero me somar à nota da Comissão Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadores em Mato Grosso, apresentada na última terça-feira, 23 de maio, e repudio os ataques proferidos contra a vereadora”, diz Benedita.
Outro apoio de peso divulgado pela parlamentar nesta sexta-feira veio de uma referência mundial na defesa dos direitos humanos, o padre Júlio Lancellotti, pedagogo reconhecido por sua luta contra a "aporofobia" (rejeição, medo aos pobres) e coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo.
“Quero mandar meu abraço, solidariedade e apoio ao mandato coletivo da Edna Sampaio e a todos que lutam contra toda forma de discriminação e preconceito. Não desistiremos dessa luta. Estamos juntos até o fim”, diz ele.
Na última segunda-feira (22), a vereadora divulgou um vídeo de apoio gravado pela presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, onde ela ratifica a denúncia de violência política de gênero e afirma que a parlamentar está sendo perseguida.
“Venho chamar a atenção de vocês para mais um caso de violência política de gênero envolvendo uma vereadora progressista. Nossa companheira Edna Sampaio está sendo perseguida pela forte oposição que faz na Câmara Municipal. Servidora pública com mestrado e doutorado, Edna se pauta pela melhoria da educação e garantia dos direitos humanos. Deixo aqui a minha solidariedade à Edna Sampaio. Estamos juntas no enfrentamento à violência política de gênero”, disse Gleisi Hoffmann.
Outra apoiadora de renome nacional que se juntou à causa foi a filósofa e intelectual feminista Márcia Tiburi, que hoje atua como professora na Universidade Paris 8, na França.
Para ela, Sampaio vem sendo vítima de um campo de desinformação produzido pelos grupos de direita e extrema-direita, que fazem “o pior tidpo depolítica: a poloicita fisiologista, machista, corrupta, que acusa para não ser acusada. Mas todo mundo sabe que tipo de canalhas estão atacando a Edna hoje e a Edna vai continuar na sua luta que é uma luta de todas nós”, disse.
A vereadora também recebeu apoio do deputado federal Rogério Corrêa, do PT de Minas Gerais, que publicou vídeo nas redes sociais da parlamentar no último dia 18.
APOIO EM MATO GROSSO
Os deputados estaduais Valdir Barranco, Lúdio Cabral, ambos do PT, Wilson Santos (PSD), a ex-senadora Serys Slhessarenko (PSB) e a ex-vereadora e uma das fundadoras do PT, Enelinda Scala, estão entre as lideranças políticas locais que se manifestaram em defesa de Sampaio.
O mesmo fizeram o presidente do Diretório Municipal do PT, Bob Almeida, e o professor e vereador suplente, Robinson Cireia. As lideranças petistas participaram do ato público de apoio à vereadora, realizado pelo partido no dia 12 de maio.
“Ela faz um mandato belíssimo, criativo, inteligente, de luta, propositivo, de diálogo, de formação, de conscientização, construção de consciência coletiva, de formação, de exemplo para as pessoas, especialmente no ramo em que ela atua [...]”, disse Lúdio Cabral. “Você é um exemplo de fazer e de lutar para mostrar o que o PT pode, o que uma mulher negra pode e, inclusive, mostrar para quem está começando o caminho que é possível ocupar os espaços”.
Já Serys destacou a perseguição que também sofreu. “Eu sei porque já vivi isso. Vivi três mandatos de deputada apanhando dia e noite sem parar. Gente do meu tempo sabe o que fizeram comigo. De mandante de assassinato a tudo mais de barbárie que fizeram contra mim. Vamos fazer todo o possível para todo mundo ajudar para defender o mandato. Porque é uma questão de discriminação de gênero, de racismo, sim. É uma questão ideológica, sim, pois a ideologia é que ‘pega’. Disso eu entendo, não precisa me contar, pois o que passei ninguém que teve mandato passou”, disse a ex-senadora.
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