Bolsonarista convicto, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL) classificou como “teatro” o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu que apenas pressões externas, como uma intervenção do ex-presidente norte-americano Donald Trump, poderiam frear o que chama de “novo regime” implantado no Brasil.
O ex-presidente é acusado de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado durante o processo eleitoral de 2022. O julgamento teve início nesta terça-feira (2) e deve se estender até 12 de setembro.
“Foi o primeiro dia de teatro. O julgamento já foi feito. Jair Bolsonaro já está julgado faz tempo, já sabemos a condenação. Inclusive já foi tratado como réu no próprio Supremo e como condenado também no próprio Supremo. Então ele já foi julgado. É só uma questão teatral”, disparou Cattani.
O parlamentar ainda citou falas do perito Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em audiência no Senado, que, segundo ele, comprovariam interferências políticas do ministro Alexandre de Moraes em favor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
“Ficou muito claro o que aconteceu. O Tagliaferro foi quem fez, quem obedeceu ao Alexandre de Moraes nos desmandos que ele tem feito. Só que tem que surtir efeito aqui no Brasil é quase que impossível. Uma vez que o nosso Senado está acovardado e a Suprema Corte faz o que bem entende”, criticou.
Cattani reforçou que não vê espaço para mudanças internas contra ministros do STF e apontou a possibilidade de pressões externas como último recurso.
“Não existe mais freio e contrapeso no nosso país. Então, eu acredito que de fora pode vir alguma coisa. Aqui de dentro é quase impossível. Eu tenho certeza disso. É o último recurso que a gente pode apelar, para que realmente o governo dos Estados Unidos possa tomar alguma atitude quanto a esse regime novo que está sendo implantado no nosso país”, disse.
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