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Política Terça-feira, 14 de Outubro de 2025, 20:28 - A | A

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Terça-feira, 14 de Outubro de 2025, 20h:28 - A | A

CRISE SALARIAL

Abilio cancela agenda, propõe novo benefício e tenta conter greve na Saúde

Após médicos declararem estado de greve, prefeito se dedicou integralmente a negociações e anunciou proposta para compensar perdas com adicional por tempo de serviço

DA REDAÇÃO

O impasse sobre o adicional de insalubridade mobilizou a Prefeitura, servidores e sindicatos da Saúde durante esta terça-feira (14), em Cuiabá. Diante do risco de greve e da pressão do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) para que o município cumpra o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que regulamenta o benefício, o prefeito Abilio Brunini (PL) suspendeu toda a agenda oficial para tratar exclusivamente do tema.

Ao longo do dia, a movimentação envolveu reuniões no Palácio Alencastro, declarações à imprensa e articulações políticas na Câmara Municipal. O prefeito também apresentou uma proposta que visa reduzir o impacto financeiro das mudanças impostas pelo TAC e, ao mesmo tempo, evitar novas ações judiciais.

LEIA MAIS: Promotor não descarta afastamento de Abilio e Carmona, além de nova intervenção

O Ministério Público determinou que a Prefeitura recalculasse o adicional de insalubridade com base no salário inicial da carreira (A1), e não sobre o vencimento atual de cada servidor, prática considerada irregular pela Promotoria desde gestões anteriores.

Segundo estudos técnicos da própria administração, a correção representa uma redução média de 40% nos vencimentos de 600 a 700 servidores, em um universo de cerca de 9 mil trabalhadores da saúde. O MPMT alertou que o descumprimento do TAC pode levar ao afastamento de Abilio e da secretária municipal de Saúde, Danielle Carmona, além de nova intervenção na pasta, como já ocorreu em 2023.

LEIA MAIS: Câmara espera proposta de Abilio para resolver adicional de servidores da saúde

Durante entrevista coletiva na Câmara, Abilio anunciou que pretende criar um benefício por tempo de serviço para compensar as perdas causadas pela mudança no cálculo da insalubridade. Ele afirmou que a adequação é uma obrigação legal e que o objetivo é preservar o equilíbrio fiscal e evitar penalidades.

“Se a questão da insalubridade não se resolver até o dia 18, não se resolve neste mês. O cálculo será feito conforme a lei, mas estamos propondo um benefício adicional por tempo de serviço para compensar quem será afetado”, disse.

O prefeito garantiu que a maioria dos servidores efetivos já recebe o adicional corretamente e defendeu que há distorções salariais dentro da rede municipal.

LEIA MAIS: Abilio suspende agenda para negociar insalubridade com sindicatos da saúde

“Tem gente que trabalha em consultório e ganha 40% de insalubridade, enquanto quem está na UTI ganha 20%. Isso precisa ser corrigido. Não é justo”, completou.

Na noite anterior, segunda-feira (13), servidores se reuniram em frente à Prefeitura, na Praça Alencastro, para discutir a deflagração de greve. Uma servidora da Saúde Municipal usou o microfone para criticar a gestão e se disse arrependida do voto dado a Abilio Brunini nas eleições.

“Eu votei em você, porque eu não sou petista. Eu votei em você. Só que desde que você tá falando só de lei. Mas a sua lei, hoje, nós como apanhamos nos postos de saúde. Somos desprezados, porque você falou que dá todo aval para o paciente. Aí o paciente chega agredindo, dando tapa na cara da gente. Você falou de lei, mas você nunca aprovou uma lei para nos proteger”, desabafou a servidora durante a manifestação.

A categoria cobra que a Prefeitura encontre uma saída que mantenha o adicional sem comprometer a renda mensal, mas dentro dos parâmetros exigidos pelo Ministério Público.

Abilio voltou a responsabilizar o ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) pela situação financeira da Secretaria de Saúde, afirmando que o município ainda paga dívidas herdadas da antiga gestão.

“Se a gente não está cumprindo o TAC, é culpa dele. Ele ferrou a saúde de Cuiabá, deixou um rombo e dívidas não empenhadas que agora comprometem o orçamento. Nós estamos tentando corrigir isso dentro da legalidade”, disse o prefeito.

Segundo ele, o déficit atual da Saúde ultrapassa R$ 120 milhões apenas em 2025, e a dívida acumulada dos últimos anos pode superar R$ 400 milhões.

Enquanto tenta encerrar a crise local, Abilio também se prepara para uma viagem oficial à China e aos Emirados Árabes Unidos no fim do mês. Ele afirmou que os custos serão integralmente pagos pela Embaixada dos Emirados Árabes e que a ausência não prejudicará as negociações internas.

“Não posso perder essa oportunidade. São tecnologias que servem para nossa cidade, especialmente pelo nosso clima. A gestão vai continuar funcionando normalmente nesse período”, afirmou.

A Câmara Municipal aguarda o envio da proposta do novo formato do adicional ainda nesta semana. A presidente da Casa, vereadora Paula Calil (PL), afirmou que o assunto precisa ser resolvido antes do fechamento da folha de pagamento, previsto para o dia 20 de outubro.

Abilio disse esperar que o impasse seja resolvido ainda esta semana.

“São medidas amargas, mas necessárias. Queremos fazer justiça dentro da legalidade e sem comprometer o atendimento à população”, concluiu.

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