Mesmo com 500 quilômetros de distância, o fim de semana nas cidades de Sinop e Tangará da Serra foi marcado por crimes brutais e violentos. As duas cidades registraram mortes por esquartejamento, ambos no domingo (9).
Sinop (520 km de Cuiabá), conhecida como a capital do nortão, teve quatro homens encontrados mortos e decapitados na manhã de domingo (9). Três corpos estavam em uma região de mata próxima à Estrada Lucila e foram localizados após uma denúncia anônima. As vítimas estavam com as mãos e os pés amarrados.
Horas depois, o quarto corpo foi encontrado na comunidade Brígida, próximo da Estrada Silvana. A Polícia Militar isolou as duas áreas até a chegada da Polícia Civil e da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), que iniciaram os trabalhos de praxe.
Na manhã desta segunda (10) a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Sinop identificou a identidade dos assassinados. Dois eram menores de idade: Gabriel Silva dos Santos, 16 anos, e Wilha dos Santos Galvão, de 17. A outra dupla era composta por Igor Silva Sousa, 18 anos, e Lucas Rafael Martignago, 33 anos.
No local, a polícia encontrou um bilhete com a seguinte mensagem: "Não roubar na quebrada, não maltratar o morador. Vida inocente paga com vida", diz a evidência que liga os alvos ao crime organizado.
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Em Tangará da Serra, o mesmo modus operandi, porém com uma vítima, apenas. O corpo da vítima, identificada como Eberson Odair da Silva Ribeiro, de 35 anos, foi localizado pela Polícia Civil com a cabeça decapitada, mãos e pés amarrados no final da tarde deste domingo (9). A cabeça do homem estava em cima da sua barriga que também apresentava um grande corre.
De acordo com a polícia, Eberson morava em Porto Estrela e foi à Tangará da Serra à procura de trabalho. O copo da vítima apresentava sinais de tortura. Eberson apresentava sinais de tortura, como perfurações, ferimentos e cortes na cabeça. De acordo com a polícia, o homem foi visto pela última vez em uma distribuidora da cidade. Os familiares disseram aos investigadores que Eberson não fazia contato desde sábado (8). A vítima já tinha passagem pela polícia por Maria da Penha.
O delegado do caso declarou que facções criminosas da região são investigadas, mas o inquérito corre em sigilo.
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MODUS OPERANDI
Assassinatos por esquartejamentos e decapitação têm se proliferado por diversas cidades de Mato Grosso. No início deste mês, outro caso foi registrado na cidade de Cáceres (218 km de Cuiabá). Dessa vez, a vítima foi Vinícius Henrique Tavares Macedo, de 19 anos.
Dois suspeitos, de 16 e 17 anos, ligados ao Comando Vermelho foram presos por participação no assassinato e esquartejamento de Vinicius, totalizando cinco prisões. Um dos homens admitiu ter atraído a vítima com drogas e afirmou que o crime foi ordenado pela facção. Os depoimentos dos menores indicaram que outros dois homens auxiliaram no assassinato.
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O começo deste ano também foi marcado por homicídios da mesma estirpe. Em fevereiro, o corpo de um homem, já em estado avançado de decomposição, foi encontrado em uma área de mata aos fundos da comunidade Santa Luzia, em Sinop (500 km de Cuiabá). A vítima foi decapitada e estava com as mãos e pés amarrados.
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Dois meses depois, em abril, o corpo de Generson Santos da Silva, de 32 anos, foi encontrado decapitado nas proximidades do Rio Sabino, em Confresa (1.048 km de Cuiabá). A Polícia Civil afirmou, à época, que o corpo estava em estado avançado de decomposição e foi localizado em uma área de mata fechada, em uma das estradas adjacentes da estrada principal da PA Xavante.
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Além do tipo da morte, esquartejamento e decapitação, outro traço em comum entre os casos é o fato de todas as vítimas serem homens, com idades abaixo dos 35 anos. O que, por sua vez, corrobora com os números do Atlas Anual da Violência (2025) mostrando que, em 2023, Mato Grosso registrou 106 homicídios de homens jovens (15 a 29 anos) por cem mil habitantes, ou seja, por volta de 509 assassinatos de homens jovens, só em 2023.
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