O laudo de criminalística realizado pela Diretoria Metropolitana de Criminalística da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) apontou que o tiro que matou Isabele Guimarães Ramos, 14 anos, não foi acidental. De acordo com o parecer recebido pelo HiperNotícícias, o disparo aconteceu em uma altura de 1,44 metros do chão com alinhamento horizontal e a uma distância entre 20 e 30 centímetros do rosto da vítima.
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O exame demonstra que para o tiro ter sido realizado foi necessário o acionamento do gatilho. Diante disso, os peritos chegaram à conclusão que não há possibilidade de o disparo ter sido acidental como a adolescente de 14 anos, autora do disparo, deu a entender no depoimento realizado no dia 14 de julho, dois dias depois da morte de Isabele.
“Incidente de tiro ocorre quando se produz uma interrupção dos tiros sem danos materiais e/ou pessoais, por motivo independente da vontade do atirador(...) Acidente de tiro ocorre quando se produz uma interrupção dos tiros com danos de qualquer natureza, materiais e/ou pessoais (...) Tiro acidental é todo tiro que se produz em circunstâncias anormais, sem o acionamento regular do mecanismo de disparo, devido a defeitos ou falta do mecanismo de segurança da arma”, citam os peritos.
Os agentes concluíram que a arma não possuía defeitos e que não era capaz de realizar tiro acidental.
"Nas circunstâncias alegadas constantes do Termo de Declarações de (adolescente investigada), a arma de fogo questionada AFQ1, da forma como foi recebida nesta Gerência, somente se mostrou capaz de realizar disparo e produzir tiro estando carregada (cartucho de munição inserido na câmara de carregamento do cano), engatilhada, destravada e mediante o acionamento do gatilho", explicou os agentes no laudo.
Os peritos explicaram também que a autora do disparo se posicionou na frente da vítima para realizar o tiro.
“O disparo foi executado mediante o acionamento regular do gatilho da pistola Imbel com o atirador na porção esquerda do banheiro. No ato do disparo, o agressor posicionou-se frontalmente em relação à vítima, sustentou a arma a uma altura de 1,44m do piso com alinhamento horizontal e uma distância entre 20 e 30 centímetros da face da vítima”, diz trecho do laudo.
Segundo a Politec, o laudo de local de crime e o da criminalista foram entregues ao delegado Wagner Bassi da Delegacia Especializada do Adolescente (DEA), que investiga a conduta da adolescente na morte de Isabele, na manhã desta terça-feira (11). A autoridade deverá comparar com as informações colhidas até o momento da investigação.
Na sua versão, a adolescente de 14 anos que teria feito o disparo, afirmou que o case, onde ela carregava duas armas, caiu e uma delas ficou fora da maleta. Na sequência, ela disse ter pego uma das armas na mão e a pistola calibre 380 disparou.
Com os laudos e com os mais de 20 depoimentos colhidos, Bassi tenta descobrir se a versão da jovem é verdadeira. Caso a resposta do delegado seja positiva, a adolescente deverá ser indiciada por ato infracional análogo a homicídio culposo.
O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) investiga paralelamente o caso O órgão poderá pedir o internamento da jovem.
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