O feminicídio brutal da advogada Cristiane Castrillon da Fonseca, de 48 anos, em Cuiabá, estarreceu a população em agosto deste ano. A vítima foi morta na madrugada do dia 13, durante um encontro casual com o ex-policial militar Almir Monteiro dos Reis, de 49 anos. À época, o acusado abandou o corpo da jurista dentro de um carro no estacionamento do Parque das Águas, na Capital.
Cristiane havia conhecido Almir na noite do crime, no bar Edgare. Na ocasião, ambos aproveitavam a noite com amigos, mas, depois de se conhecerem, resolveram estender a 'resenha' na casa de Almir.
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Conforme a polícia, o crime foi motivado pela recusa da advogada em praticar sexo anal com o ex-militar que, num ataque de fúria, passou a espancá-la com socos nas regiões do peito e da barriga. O assassino também agarrou a cabeça da advogada e começou a batê-la contra a cama e outros objetos próximos. A brutalidade do ataque fez com que parte do crânio da vítima afundasse.
Depois, com a advogada já morta, o homem ainda tentou dissimular a cena do crime. Na ocasião, o corpo de Cristiane foi mantido por seis horas na sala da casa do ex-policial enquanto ele higienizava o ambiente para tentar esconder os vestígios do crime.
Depois de limpar a residência, ele vestiu a advogada, colocou o corpo no banco do passageiro do carro da própria vítima, um Jeep Renegade, e abandonou o cadáver e o veículo no estacionamento do parque. Para disfarçar a morte, o suspeito ainda colocou óculos escuros no corpo da mulher.
Cristiane foi encontrada morta depois que o irmão dela conseguiu rastrear seu celular. O registro do telefone também levou o irmão e as autoridades até a casa do ex-PM.
Almir já havia sido preso em 2013, por envolvimento no roubo de um posto de combustível. Em 2015, ele foi expulso das fileiras da Polícia Militar.
O ex-militar foi denunciado pelo Ministério Público do Estado por homicídio qualificado, bem como pelos crimes de estupro, fraude processual e ocultação de cadáver.
Apesar disso, o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal, acolheu parcialmente a denúncia e não reconheceu a suposta ocultação de cadáver, já que o corpo da advogada foi deixado em um local de grande visibilidade.
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Atualmente, o ex-PM está preso na cadeia de Chapada dos Guimarães (67 km de Cuiabá), para onde policiais militares envolvidos em crimes são levados.
PASSAGENS CRIMINAIS
O criminoso foi solto em junho deste ano, depois de o Hospital Adauto Botelho se recusar a recebê-lo. Na ocasião, ele foi preso por mandado expedido em 2021, em decorrência de um dos casos de roubo majorado no qual estava envolvido.
O diretor do hospital, Paulo Henrique, teria recusado a internação do paciente por falta de vaga na unidade. Segundo informações, Almir era diagnosticado com esquizofrenia e chegou a ser interditado em 2014.
A decisão que determinou a prisão do ex-policial militar consignou que, em caso de recusa no hospital, o suspeito deveria ser admitido em uma unidade prisional comum, o que também não ocorreu, mediante a recusa dos diretores das penitenciárias.
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