Rebeldes conseguiram nesta segunda-feira retomar o controle da região de Nova Brega --que faz parte da cidade petrolífera estratégica de Brega-- após semanas de confrontos com forças do ditador líbio, Muammar Gaddafi.
Segundo testemunhas, houve troca de tiros entre forças de Gaddafi e opositores. Mulheres e crianças deixaram Brega após a intensificação dos confrontos.
"Nova Brega está sob controle das nossas forças, e estamos em volta da universidade", disse Omar Hamza, ex-membro da Força Aérea da Líbia, que agora luta ao lado dos rebeldes.
"Estamos avançando. Até o final do dia, teremos o controle total de Brega", disse Salam Idrisi, 42, um dos rebeldes. "Estamos mais organizados agora, e isso está ajudando bastante".
Brega se estende por vários quilômetros e se divide em três áreas distintas: Nova Brega, área residencial na região leste, Oeste Brega, que inclui uma refinaria e as casas de trabalhadores da petrolíferas, e uma universidade entre as duas. O controle de Oeste Brega ainda é contestado.
Forças rebeldes derrotaram tropas leais a Gaddafi em grande parte do leste da Líbia, mas não conseguem avançar para oeste, em direção à capital Trípoli.
O regime do ditador declarou cessar-fogo em várias ocasiões, mas não os cumpriu. O conselho formado pelos rebeldes se recusa a negociar com Gaddafi antes que ele deixe o poder.
Os esforços de Gaddafi para reprimir a revolta popular --que teve início em 15 de fevereiro-- levaram a comunidade internacional a aprovar uma resolução da ONU e bombardeios aéreos, que a princípio foram liderados pelos EUA, mas agora estão sob responsabilidade da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
Ben Curtis/AP Rebeldes correm de bombardeio perto da linha de frente no Brega
ITÁLIA
O ministro de Relações Exteriores da Líbia, Franco Frattini, disse nesta segunda-feira que as propostas de Obeidi "não são confiáveis", porque nada foi dito sobre a saída de Gaddafi do poder.
Frattini ressaltou que a renúncia do ditador, no poder há quase 42 anos, é "pré-condição" para qualquer acordo.
"O regime de Trípoli está enviando pessoas à Grécia para fazer propostas. Estas propostas não são confiáveis. Não é possível aceitá-las", disse Frattini.
O ministro afirmou ainda que a Itália reconhece o opositor Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio como "único interlocutor legítimo". "A Itália decidiu reconhecer o Conselho", declarou Frattini após um encontro com um enviado do CNT, Ali Al Issawi.
NEGOCIAÇÕES
A saída de Gaddafi estaria nas negociações realizadas por ao menos dois dos filhos do ditador líbio, informou na noite de domingo o jornal "The New York Times".
Citando um diplomata e um alto funcionário líbio, ambos a par do plano, o jornal disse que os filhos oferecem uma transição para uma democracia constitucional que incluiria a saída do pai do poder.
Segundo a reportagem do jornal americano, não está claro se o ditador aceita a proposta defendida por seus filhos Seif e Saadi el Gaddafi.
Segundo o "New York Times", a proposta refletiria diferenças de longa data entre os filhos de Gaddafi. Enquanto Seif e Saadi se inclinam para uma abertura econômica e política ao estilo ocidental, outros dois filhos do ditador, Khamis e Mutuasim, são considerados de linha dura.
Khamis lidera uma milícia pró-governo, enquanto Mutuasim é assessor de segurança nacional, considerado um rival de Seif quanto à sucessão do pai.
O CNT, contudo, rejeitou nesta segunda-feira a ideia de uma transição liderada pelos filhos de Gaddafi. "Isto é totalmente rejeitado pelo Conselho", declarou o porta-voz do CNT, Shamsedin Abdulmellah, em Benghazi, reduto rebelde no leste da Líbia.
"Gaddafi e seus filhos devem ir embora antes do início de qualquer negociação diplomática", completou.
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