Imagem da Internet Homem passa por loja incendiada no centro de Atenas nesta segunda
Moradores e funcionários municipais de Atenas se voltavam nesta segunda-feira (13) para a remoção de pedras, destroços e vidros estilhaçados das ruas da cidade, depois de uma noite de violência em protesto contra um impopular pacote de medidas de austeridade exigidas por credores internacionais, aprovado pelo Parlamento no domingo.
Os bombeiros jogavam água nos destroços de prédios incendiados por jovens encapuzados durante os protestos do dia anterior.
A polícia informou que 150 lojas foram saqueadas e 48 prédios incendiados na capital. Cerca de cem pessoas, incluindo 68 policiais, ficaram feridas e 130 foram presas.
Houve também violência em outras cidades, incluindo Salônica, a segunda maior do país, e as ilhas de Corfu e Creta, disse uma autoridade, que não quis identificar-se.
PACOTE
Ao todo, 199 dos 300 parlamentares apoiaram o projeto, mas 43 deles de dois partidos do governo do primeiro-ministro Lucas Papademos, os socialistas e conservadores, rebelaram-se ao votarem contra o projeto. Eles foram imediatamente expulsos de suas legendas.
A rebelião e a violência nas ruas dão uma prévia dos problemas que o governo grego enfrenta para implementar os cortes, que incluem uma redução de 22 por cento no salário mínimo - um pacote que, segundo críticos, condena a economia a se afundar numa espiral de baixa ainda mais profunda.
Papademos, um tecnocrata que caiu de paraquedas na crise, condenou a pior onda de protestos desde 2008, quando a violência assolou a Grécia por semanas após a polícia atirar num estudante de 15 anos.
"Vandalismo, violência e destruição não têm lugar num país democrático e não serão tolerados", afirmou ele ao Parlamento conforme preparava a votação.
Mas ele admitiu que será difícil impor as medidas de austeridade sobre a nação, já golpeada por vários anos de cortes.
"A total, oportuna e eficaz implementação do programa não será fácil. Estamos totalmente cientes de que o programa econômico significa sacrifícios de curto prazo para a população grega", disse Papademos.
A Grécia precisa de financiamentos internacionais antes de 20 de março, para pagar 14,5 bilhões de euros em dívidas. Do contrário, sofrerá um caótico default que poderá sacudir toda a zona do euro.
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