O vereador cassado por Cuiabá e tenente-coronel da Polícia Militar, Marcos Eduardo Ticianel Paccola, foi condenado a quatro anos e seis meses de reclusão pelos crimes de falsidade ideológica e inserção de dados falsos em sistema de informações no âmbito da operação Coverage, que foi deflagrada em setembro de 2019.
Apesar da condenação, Paccola irá cumprir a pena inicialmente em regime aberto e manteve o cargo na PM.
Já o 2º tenente Cleber de Souza Ferreira foi condenado a dois anos de reclusão cumpridas inicialmente também em regime aberto.
Já os demais réus foram absolvidos "com relação aos demais crimes previstos na denúncia, com fundamento no art. 439, alínea “e” do CPPM c/c o art. art. 386, inciso VII do CPP.".
Paccola é acusado de fraudar o sistema da Polícia Militar relacionado ao gerenciamento de armas para tentar acobertar assassinatos cometidos por um grupo de extermínio. De acordo com a denúncia, Paccola alterou o sistema de registro de armas da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio, usando a senha de outro policial, para tentar evitar a identificação de uma arma usada nos homicídios cometidos pelo grupo que ficou conhecido como "Mercenários".
A alteração do registro da arma de fogo, por iniciativa de Paccola, teria sido feita com o interesse de ocultar sete homicídios e tentativas de homicídio que ocorreram em 2015 e 2016 pelo grupo de extermínio, conforme sustenta o MPE.
Os promotores de Justiça também apresentam a correlação das ações ilícitas dos denunciados com as investigações da operação “Assepsia”, a partir da análise dos dados extraídos do aparelho celular do 2º tenente PM Cleber de Souza Ferreira, apreendido durante o cumprimento de buscas e apreensões realizadas no âmbito da referida operação.
A ação da qual Paccola é réu é desdobramento da 'Operação Coverage', deflagrada em setembro de 2019 pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Essa ação foi precedida pela 'Operação Mercenários', deflagrada para desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em vários crimes de homicídio por encomenda. Esse grupo criminoso, de acordo com as investigações, seria formada por policiais civis, militares e agentes de segurança de empresa privada.
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