Os desafios enfrentados pelas famílias após o diagnóstico de autismo e a importância de uma rede de acolhimento estruturada foram os principais pontos da palestra do neurologista infantil Marino Miloca, realizada na sexta-feira (5) durante a 6ª edição do “TJMT Inclusivo – Capacitação e Conscientização em Autismo”, em Cuiabá.
O especialista destacou que o diagnóstico costuma gerar forte impacto emocional. “Quando chega um diagnóstico, chega um luto. Mesmo que ninguém tenha morrido, morrem as expectativas idealizadas pelos pais”, afirmou.
Segundo Miloca, a falta de orientação profissional adequada e a desinformação são obstáculos recorrentes. “Muitos pais chegam até nós carregando culpa, medo e vergonha. Isso acontece porque ainda há muito estigma e pouca escuta qualificada”, disse.
O neurologista ressaltou que a inclusão depende de escolas preparadas e de políticas públicas que garantam suporte contínuo às famílias. Ele também defendeu atendimento multidisciplinar, acompanhamento precoce e acolhimento sensível. “Cada família vive o autismo de uma forma. O que não muda é a necessidade de escutar, acolher e orientar com base em evidências”, acrescentou.
Ao encerrar, Miloca reforçou que informação qualificada transforma a relação das famílias com o diagnóstico. “Quando a criança é compreendida e a família é fortalecida, tudo muda. O autismo deixa de ser um peso e passa a ser um caminho possível”, concluiu.
O evento, promovido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), reuniu cerca de 1,5 mil participantes, entre magistrados, servidores, profissionais da saúde e educação, além de familiares e estudantes. A programação incluiu transmissão ao vivo pelo canal do TJMT no YouTube e exposição de artes plásticas de Maria Clara Souza Campos.
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