O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o ex-secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Nilton Borgato, o lobista e ex-assessore especial da Vice-governadoria de Mato Grosso, Rowles Magalhães, e a doleira Nelma Kodama por tráfico internacional de drogas, organização criminosa, remessa irregular de divisas ao exterior. Eles ainda terão que devolver uma grande quantia, entre bloqueio de bens, por danos morais coletivos. A denúncia se dá no âmbito da 'Operação Descobrimento', deflagrada em abril pela Polícia Federal.
De acordo com o MPF, outras treze pessoas também foram denunciadas. Consta ainda que os quatro procuradores Roberto D'Oliveira Vieira, Robert Rigobert Lucht, Carlos Vítor de Oliveira e Auristela Oliveira Reis pediram a manutenção das prisões de Rowles, Nilton e Kodama, além de Ricardo Agostinho, Cláudio Rocha Júnior, Marcelo Mendonça de Lemos, Marcelo Lucena da Silva, Marcos Paulo Barbosa Lopes e Fernando de Souza Honorato.
O motivo seria em razão do risco de reiteração de delitos e por conveniência da instrução criminal. O Ministério Público pede ainda a condenação dos envolvidos a pagar danos morais por exposição ao país.
"O MPF requer a condenação dos denunciados por danos morais coletivos em valor idêntico ao indicado acima para os denunciados que atuaram em cada fato típico em razão do prejuízo à imagem do Brasil, com a remessa de cocaína a Portugal a partir de aeroportos brasileiros", diz trecho do documento.
DIVISÃO DE FUNÇÕES
Consta no relatório da Polícia Federal que o advogado e o ex-assessor especial da Vice-Governadoria do Estado, Rowles Magalhães, também atuava no primeiro escalão da organização criminosa.
Borgato seria responsável por realizar o transporte do entorpecente para a Europa, junto à doleira Nelma Kodama e o membro do alto escalão da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcelo Mendonça de Lemos.
Já Rowles, com a ajuda de um comparsa, era responsável por organizar os voos internacionais entre Brasil e países europeus, mais precisamente Portugal, para o transporte da droga.
Marcelo Lucena, segundo as investigações, auxiliava Rowles e Ricardo Agostinho a lavar o dinheiro proveniente do tráfico de drogas, com transferências bancárias relacionadas com a compra de imóveis.
INVESTIGAÇÕES
As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador (BA) para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
A partir da apreensão, a Polícia Federal na Bahia conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo). Foi apontado que o ex-secretário Nilton Borgato teve participação no envio das remessas.
Segundo o apurado, na organização criminosa, Borgato utilizava o apelido de "Índio" e realizou diversos encontros com Rowles ao lado do Hotel Paiaguás, em Cuiabá. A identificação do ex-secretário foi descoberta após um voo ter sido cancelado e Rowles enviar o print da conversa dele com Borgato para outra pessoa.
Na imagem de contato aparecia o ex-secretário.
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER ; INSTAGRAM e FACEBOOK e acompanhe as notícias em primeira mão.
