Mato Grosso registrou, em setembro de 2025, o menor número de focos de calor desde o início da série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): 2.294 ocorrências. O resultado representa uma queda de 88% em relação ao mesmo período de 2024 e destaca o impacto das ações preventivas promovidas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT).
Entre as iniciativas, está a capacitação “Proteção e Defesa Civil – Plano de Contingência”, realizada em maio pela Comissão Permanente de Meio Ambiente e Sustentabilidade (COPMAS), que reuniu mais de 400 gestores de 62 municípios. O treinamento foi motivado por um diagnóstico que apontou que 81% das prefeituras ainda não adotam medidas eficazes para enfrentar desastres naturais.
A partir da capacitação, o TCE-MT recomendou a elaboração de planos de resposta e o fortalecimento das defesas civis municipais. Segundo o presidente do TCE-MT e da COPMAS, conselheiro Sérgio Ricardo, a proposta é incentivar uma atuação preventiva diante dos eventos extremos provocados pelas mudanças climáticas.
O Tribunal também integra o Comitê Estadual de Gestão do Fogo, criado pelo Governo de Mato Grosso para coordenar ações de prevenção, monitoramento, controle e resposta a incêndios florestais.
Apesar da redução histórica, o estado ainda lidera o ranking nacional de focos de calor em 2025, concentrando 14,5% das ocorrências. O dado reforça a necessidade de ampliar a capacidade de resposta dos municípios.
Em Guarantã do Norte, por exemplo, a secretária de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Turismo, Thaise Raquel Bechlin, destacou que o plano local precisa ser expandido para áreas rurais, incluindo reservas indígenas, onde os incêndios são mais frequentes.
O assessor técnico da Defesa Civil Estadual, Lucas Chermont, afirmou que a capacitação foi essencial para organizar a resposta municipal. “Agora que os gestores conhecem a doutrina e colocaram isso em prática, estão aptos a implantar os planos com clareza sobre suas funções”, disse.
Além das ações técnicas, o TCE-MT também investe em educação ambiental. Em junho, foi lançado o projeto Gincana Ambiental – Pequenos Guardiões da Natureza, voltado à formação de professores, gestores e estudantes da rede pública entre 6 e 11 anos. A iniciativa percorreu 14 municípios da Baixada Cuiabana com oficinas, plantio de mudas e atividades educativas.
De acordo com o secretário-executivo da COPMAS, Adriângelo Antunes, a proposta é ampliar o alcance da política de prevenção por meio da conscientização escolar. Para o presidente do TCE-MT, consolidar a cultura de prevenção como política permanente é um dos principais desafios. “Educar para a sustentabilidade é um dos maiores legados que podemos deixar às próximas gerações”, concluiu Sérgio Ricardo.
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