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Justiça Quarta-feira, 28 de Agosto de 2024, 15:09 - A | A

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Quarta-feira, 28 de Agosto de 2024, 15h:09 - A | A

ADVOGADO ASSASSINADO

Juíza cita “descuido” da defesa, mas autoriza novo depoimento de réu no caso Zampieri

Oitiva complementar de Hedilerson Fialho Martins Barbosa será no dia 10 de setembro

ANDRÉ ALVES
Redação

A juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, marcou para o dia 10 de setembro de 2024 o interrogatório complementar de Hedilerson Fialho Martins Barbosa. Preso preventivamente, ele é acusado de ajudar Antônio Gomes da Silva a executar o advogado Roberto Zampieri em dezembro de 2023, quando Zampieri saía de seu escritório em Cuiabá. A decisão foi proferida nesta quarta-feira (28).

Embora o Ministério Público tenha apontado que a defesa de Hedilerson já tinha conhecimento do relatório técnico durante a audiência de instrução, não se opôs ao pedido. A juíza deferiu o pleito, afirmando que o descuido da defesa em não questionar sobre o relatório anteriormente não pode prejudicar o réu.

“O aparente descuido da defesa, ao não fazer as perguntas pertinentes a respeito do que entende que tal documento atinja seu cliente, embora na ocasião tivesse conhecimento a respeito dele, não pode prejudicar o réu, em seu sagrado direito à ampla defesa, principalmente diante da não oposição da parte contrária, razão pela qual o pleito deve ser deferido”, explicou a juíza.

O pedido para a realização do interrogatório complementar foi feito pela defesa de Hedilerson, que alegou a necessidade de nova oitiva após a juntada de um relatório técnico de extração de dados do celular de Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, outro réu no processo. A defesa argumentou que a medida é essencial para garantir o direito à ampla defesa de seu cliente.

Os advogados também alegaram cerceamento do direito de defesa e violação do artigo 402 do Código de Processo Penal, uma vez que a defesa não teve oportunidade de se manifestar sobre esses novos documentos antes do interrogatório.

 O CRIME

Em dezembro de 2023, o advogado Roberto Zampieri foi assassinado a tiros ao sair de seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Os principais suspeitos do crime, segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, são Antônio Gomes da Silva, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas e Hedilerson Fialho Martins Barbosa.

A investigação aponta que o homicídio foi premeditado e executado em conjunto pelos réus, possivelmente motivado por interesses relacionados à atividade profissional de Zampieri. Todos os três estão presos preventivamente e aguardam julgamento.

O empresário Aníbal Laurindo, que havia perdido uma disputa de terras com Zampieri, é considerado o mandante do crime. Temendo que sua própria propriedade fosse afetada, Laurindo teria ordenado a morte do advogado, supostamente com a ajuda de Etevaldo, que teria se associado a ele através de um grupo de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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