A juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, marcou para o dia 10 de setembro de 2024 o interrogatório complementar de Hedilerson Fialho Martins Barbosa. Preso preventivamente, ele é acusado de ajudar Antônio Gomes da Silva a executar o advogado Roberto Zampieri em dezembro de 2023, quando Zampieri saía de seu escritório em Cuiabá. A decisão foi proferida nesta quarta-feira (28).
Embora o Ministério Público tenha apontado que a defesa de Hedilerson já tinha conhecimento do relatório técnico durante a audiência de instrução, não se opôs ao pedido. A juíza deferiu o pleito, afirmando que o descuido da defesa em não questionar sobre o relatório anteriormente não pode prejudicar o réu.
“O aparente descuido da defesa, ao não fazer as perguntas pertinentes a respeito do que entende que tal documento atinja seu cliente, embora na ocasião tivesse conhecimento a respeito dele, não pode prejudicar o réu, em seu sagrado direito à ampla defesa, principalmente diante da não oposição da parte contrária, razão pela qual o pleito deve ser deferido”, explicou a juíza.
O pedido para a realização do interrogatório complementar foi feito pela defesa de Hedilerson, que alegou a necessidade de nova oitiva após a juntada de um relatório técnico de extração de dados do celular de Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, outro réu no processo. A defesa argumentou que a medida é essencial para garantir o direito à ampla defesa de seu cliente.
Os advogados também alegaram cerceamento do direito de defesa e violação do artigo 402 do Código de Processo Penal, uma vez que a defesa não teve oportunidade de se manifestar sobre esses novos documentos antes do interrogatório.
O CRIME
Em dezembro de 2023, o advogado Roberto Zampieri foi assassinado a tiros ao sair de seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Os principais suspeitos do crime, segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, são Antônio Gomes da Silva, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas e Hedilerson Fialho Martins Barbosa.
A investigação aponta que o homicídio foi premeditado e executado em conjunto pelos réus, possivelmente motivado por interesses relacionados à atividade profissional de Zampieri. Todos os três estão presos preventivamente e aguardam julgamento.
O empresário Aníbal Laurindo, que havia perdido uma disputa de terras com Zampieri, é considerado o mandante do crime. Temendo que sua própria propriedade fosse afetada, Laurindo teria ordenado a morte do advogado, supostamente com a ajuda de Etevaldo, que teria se associado a ele através de um grupo de simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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