As rés Valdete Xavier de Faria e Luzirene Ribeiro Miranda foram condenados a 16 anos, sete meses e 15 dias de reclusão cada um pelo homicídio qualificado de Geraldo Xavier de Faria, ocorrido em março de 2013, em Alto Boa Vista (922 km de Cuiabá). O julgamento foi realizado no dia 10 de junho, pelo Tribunal do Júri de São Félix do Araguaia (1.200 km da capital).
Um dos momentos mais marcantes do julgamento foi a atuação de Geraldo Xavier de Faria Júnior, filho da vítima. Doze anos após testemunhar o assassinato do pai, quando ainda tinha 12 anos, ele participou do júri como assistente de acusação ao lado do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), já formado em Direito e exercendo a profissão.
O Conselho de Sentença acolheu integralmente a tese apresentada pelo MPMT, reconhecendo que o crime foi praticado por motivo torpe e com o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Além da pena de reclusão, os réus foram condenados ao pagamento das custas e despesas processuais.
A ré Luzirene Ribeiro Miranda foi encaminhada à Penitenciária Feminina de Nova Xavantina. Já Valdete Xavier de Faria, que está foragida no exterior, teve mandado de prisão expedido e será incluída na lista de Difusão Vermelha da Interpol — mecanismo internacional que alerta autoridades de outros países sobre procurados com mandado de prisão em aberto.
Segundo a denúncia da 2ª Promotoria de Justiça de São Félix do Araguaia, os réus, que eram parentes próximos da vítima, foram até a casa de Geraldo para cobrar uma dívida. Após alguns minutos de conversa, Valdete sacou um revólver calibre 38 e atirou na coxa da vítima, atingindo a artéria femoral e provocando sua morte por hemorragia. Durante a ação, Luzirene impediu que o filho de Geraldo, então com 12 anos, pedisse ajuda, facilitando a fuga dos autores.
Hoje advogado, o filho da vítima optou por abdicar do papel de informante e atuou diretamente na acusação.
“Geraldo Xavier de Faria Júnior realizou o sonho do pai ao se formar em Direito e, de forma admirável, participou como assistente de acusação no júri. Sua atuação foi impecável, demonstrou serenidade, firmeza e uma impressionante capacidade de expressão. Foi um momento marcante e emocionante, especialmente por ter sido uma das primeiras vezes em que ele exerceu a profissão para a qual se preparou, justamente em busca de justiça pelo pai", afirmou o promotor de Justiça substituto Thiago Matheus Tortelli.
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