O advogado Roberto Luís de Oliveira, apontado como um dos 'braços jurídicos' da facção criminosa Comando Vermelho (CV) no médio norte mato-grossense, mantinha laços fortes com Tiago Telles, vulgo 'Dark', e Robson Júnior Jardim dos Santos, vulgo 'Sicredi', os líderes da facção em Tapurah (427 km de Cuiabá). Em conversas, Roberto chamava Robson de 'meu gerente' e passava informações sobre pessoas que seriam executadas pelo 'tribunal do crime'. O denunciado também fazia uso de sua conta bancária para repassar dinheiro da organização criminosa.
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Em um dos trechos da denúncia realizada pelo Ministério Público de Mato Grosso, consta que Roberto colheu informações sobre Joel Pereira da Silva e Riquelme Souza Felix, que foram sequestrados e executados em abril de 2022 pela facção criminosa em Tapurah.
Segundo a denúncia, o advogado instruiu os membros da organização criminosa com informações relevantes a respeito das vítimas, as quais foram utilizadas para a tomada da decisão por parte da liderança no sentido da execução de Joel e Riquelme.
Em uma das conversas, Tiago Telles relata para o advogado que teve que 'tampar' a boca de um dos sequestrados. O advogado apenas responde com “rs…ok”, mesmo sabendo do risco que Joel e Riquelme sofriam no momento.
Em alguns trechos da investigação, Roberto aparece chamando Robson de 'meu gerente', revelando assim a relação hierárquica dos integrantes da organização criminosa.
Além dos serviços de consultoria para o tribunal do crime, Roberto também ia a penitenciárias levar recados de Robson Júnior Jardim dos Santos para presos da facção para que não vazassem informações sobre a organização.
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“Na ocasião, o advogado atua no interesse da organização criminosa e não do eventual cliente, uma vez que recebeu a ordem de Robson para orientar o preso a não falar mais nada para a Polícia”, traz um trecho da denúncia do MPMT.
O advogado também cedia sua conta bancária para movimentações suspeitas do dinheiro de Robson. O faccionado solicitou a Roberto que fizesse uma transferência de R$ 5 mil para uma terceira pessoa através de sua conta pessoal. O dinheiro seria depositado na conta do advogado e ele faria o repasse.
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