Segundo a publicação, as polêmicas giraram em torno do nutrólogo Eduardo Rauen, que prescreveu o Mounjaro a dois jogadores sem o conhecimento de vários outros profissionais da área de saúde do São Paulo. Rauen defendeu sua conduta, explicando que o medicamento tem indicação formal para pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 27,5, quando associado a comorbidades, como lesões articulares, e sempre com acompanhamento médico. Ele ressaltou que os dados coletados indicaram que os atletas conseguiram perder peso corporal, diminuir o percentual de gordura e melhorar a massa muscular.
Contudo, a conduta de Rauen gerou mal-estar, agravado pelo fato de ele indicar um fornecedor que entregava o medicamento com embalagem, rótulo e bula em inglês, sugerindo que o produto não havia sido adquirido no Brasil. O profissional, que montou o novo setor TecFut (focado na parte metabólica, nutrição e suplementação), atuava em um contexto de falta de integração com o DM fixo do clube.
A crise se aprofundou porque profissionais trazidos por diferentes caminhos e sem integração discordavam abertamente sobre protocolos de carga, condutas de prevenção de lesões e reabilitação. O ambiente, considerado "insustentável" por dirigentes, motivou uma reformulação profunda para 2026, que inclui um pacote de demissões de profissionais com anos de casa, em uma tentativa de reerguer a identidade do clube no tratamento de lesões.
Ainda de acordo com a publicação, o superintendente Márcio Carlomagno admitiu que a falta de alinhamento foi problemática, servindo 2025 como "exemplo de como não devemos trabalhar". A cúpula são-paulina avaliou que a raiz do alto número de lesões estava no balanceamento das cargas de treinamento na fisiologia e preparação física. A avaliação interna sugeriu que os fisiologistas e preparadores fixos não tinham iniciativa para se posicionarem frente à comissão técnica e ajustar as atividades, um fator preponderante para as lesões.
A turbulência no DM do São Paulo se arrasta há pelo menos quatro anos. Em 2021, o presidente Julio Casares prometeu reformular a área, criando um conselho de notáveis com o médico Turíbio Leite de Barros e o ex-jogador Kaká. O atrito surgiu quando a recém-criada Divisão de Excelência Médica (DEM) tentou subordinar este conselho, resultando na renúncia coletiva de seus nove membros em julho de 2022. O ciclo de instabilidade incluiu demissões de figuras importantes, como o fisioterapeuta Ricardo Sasaki (2022) e o médico Tadeu Moreno (2023).
Em meio à crise, o clube manteve o auxílio externo, frequentemente acionando o ortopedista Moisés Cohen, uma referência nacional, para casos complexos de reabilitação, como o do meia-atacante Lucas Moura, que até hoje sofre com dores no joelho direito causada por um estiramento da cápsula posterior e lesão ligamentar parcial.
Para 2026, o São Paulo está focando em dar mais autonomia e protagonismo a Rauen ao mesmo tempo em que busca garantir a integração total entre as áreas e profissionais, reconhecendo que a falta de unidade foi um fator importante para os resultados abaixo do estimado.
(Com Agência Estado)
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