Diferente de uma loja de calçados ou de um restaurante, onde os clientes mostram sua aprovação simultânea, tão logo adquirem um produto ou são atendidos, uma instituição de ensino não pode oferecer garantias de seus serviços assim que contratados. Glória Regina Aquino, sócia proprietária da Escola Chave do Saber, sempre emprega a seguinte comparação ao definir seu negócio: escolher uma escola é como escolher um médico. “Você tem uma indicação, procura saber se o trabalho dessa escola vem ao encontro do tipo de informação e educação que você quer para o seu filho – se tem uma disciplina rígida ou mais maleável. A escola é um espaço que você deve escolher, visitar, perguntar, voltar se tiver dúvida. Porque você está escolhendo um local para deixar o que possui de mais valor, que é o seu filho”.
E foi se dedicando a construir identidades, valores, conhecimentos pedagógicos e de mundo de pequenas preciosidades que, após trabalhar durante 10 anos no colégio Pequeno Príncipe com sua irmã e proprietária Ana Emília, Glória Regina decidiu, juntamente com seu esposo Raimundo Erlano, abrir sua própria escola.
O casal contou com a ajuda da irmã, que, com seu esposo, iniciaram uma sociedade. “As dificuldades iniciais foram muito grandes. Não tínhamos muito capital, apenas o espaço, que era do meu cunhado”. Os materiais eram produzidos artesanalmente pelas irmãs, e algumas mobílias eram concedidas do Pequeno Príncipe. A parceria foi muito importante para o início do negócio. “Estávamos investindo tudo que tínhamos para poder prosperar. A minha irmã e meu cunhado nos ajudaram bastante, tanto na organização estrutural quanto pedagógica. Depois de alguns anos rompemos a sociedade, ficando apenas eu e meu esposo”.
E foi se dedicando a construir identidades, valores, conhecimentos pedagógicos e de mundo de pequenas preciosidades que, após trabalhar durante 10 anos no colégio Pequeno Príncipe com sua irmã e proprietária Ana Emília, Glória Regina decidiu, juntamente com seu esposo Raimundo Erlano, abrir sua própria escola.
O casal contou com a ajuda da irmã, que, com seu esposo, iniciaram uma sociedade. “As dificuldades iniciais foram muito grandes. Não tínhamos muito capital, apenas o espaço, que era do meu cunhado”. Os materiais eram produzidos artesanalmente pelas irmãs, e algumas mobílias eram concedidas do Pequeno Príncipe. A parceria foi muito importante para o início do negócio. “Estávamos investindo tudo que tínhamos para poder prosperar. A minha irmã e meu cunhado nos ajudaram bastante, tanto na organização estrutural quanto pedagógica. Depois de alguns anos rompemos a sociedade, ficando apenas eu e meu esposo”.
Mayke Toscano/Hipernotícias |
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Em 1986, a Escola Chave do Saber iniciou suas atividades em uma pequena casa de três quartos e pouquíssimos recursos, com 30 alunos matriculados para o ano inaugural. Desde o início a instituição já oferecia uma proposta diferenciada: o trabalho pedagógico personalizado e a formação individual.
A forte influência pedagógica do Pequeno Príncipe resultou em um dos grandes diferenciais da Escola Chave do Saber: sua individual forma de ensinar, baseada na teoria socioconstrutivista – corrente empenhada em explicar o desenvolvimento da inteligência humana através de ações mútuas entre o indivíduo e o meio. A irmã Ana Emília já lecionava em uma escola socioconstrutivista no Rio de Janeiro, fundada pelo pedagogo Lauro de Oliveira Lima, e trouxe a filosofia para Cuiabá. “Diferente da alfabetização lecionada pelo método fonético, onde se aprende primeiro as vogais e depois as sílabas para a formação das primeiras palavras, no construtivismo a gente trabalha com os alunos as hipóteses de construção da escrita e da leitura”, explica Glória Regina. “São utilizados jogos, com leitura de mundo, de gravuras, e as crianças vão se familiarizando com os fonemas, grafemas, e desenvolvendo a internalização dessas estratégias e experiências. O aluno consegue construir a leitura e a escrita partindo de hipóteses de pensamentos”.
Nenhuma pesquisa de mercado foi feita para decidir o local onde instalar a escola. Mas a cidade, coincidentemente, crescia para aquele rumo, e se na época pouco movimento havia nas redondezas, hoje a região é cercada pelo comércio e prédios residenciais. “Ainda não existia nenhuma outra escola com esse trabalho diferenciado em cima dessa teoria construtivista, e eu achei que daria certo. Viemos para esse mesmo lugar onde hoje estamos, e funcionou. Nem sei se naquela época já se usava fazer pesquisas de mercado, não tenho certeza disso, mas a gente sondou o espaço, rondamos por aqui, víamos quais tipos de construções estavam sendo edificadas, consideramos que por estar perto do Centro Político Administrativo (CPA), aqui seria uma passagem para possíveis clientes deixarem seus filhos conosco”.
A Escola Chave do Saber hoje possui cerca de 650 alunos matriculados, e uma estrutura de cinco mil metros quadrados, que conta com 36 salas de aula, auditório, laboratórios de ciência e informática, sala de vídeo, biblioteca, ginásio de esporte coberto com arquibancadas e áreas de lazer. O foco da escola é trabalhar com alunos de dois anos (maternal) até adolescentes de 14 anos (nono ano do ensino fundamental). São 82 funcionários, contando com prestadores de serviço.
Devido à proposta de trabalho diferenciada que preza pela individualidade, as turmas são pequenas, comportando no máximo 24 alunos por sala e possibilitando assim um melhor trabalho dos professores e aprendizado qualificado aos alunos. O socioconstrutivismo é aplicado em todas as séries, e devido ao atual contexto dos vestibulares, o colégio optou por ainda não incluir turmas de ensino médio. “O ensino médio ainda hoje no Brasil é visto como uma preparação para o vestibular. As salas são numerosas e a gente não sente facilidade em desenvolver um trabalho de construção de conhecimento nessas séries em função do acúmulo de conteúdos que as escolas abordam com os alunos visando o vestibular”, afirma a diretora, otimista enquanto ao novo método de avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
A forte influência pedagógica do Pequeno Príncipe resultou em um dos grandes diferenciais da Escola Chave do Saber: sua individual forma de ensinar, baseada na teoria socioconstrutivista – corrente empenhada em explicar o desenvolvimento da inteligência humana através de ações mútuas entre o indivíduo e o meio. A irmã Ana Emília já lecionava em uma escola socioconstrutivista no Rio de Janeiro, fundada pelo pedagogo Lauro de Oliveira Lima, e trouxe a filosofia para Cuiabá. “Diferente da alfabetização lecionada pelo método fonético, onde se aprende primeiro as vogais e depois as sílabas para a formação das primeiras palavras, no construtivismo a gente trabalha com os alunos as hipóteses de construção da escrita e da leitura”, explica Glória Regina. “São utilizados jogos, com leitura de mundo, de gravuras, e as crianças vão se familiarizando com os fonemas, grafemas, e desenvolvendo a internalização dessas estratégias e experiências. O aluno consegue construir a leitura e a escrita partindo de hipóteses de pensamentos”.
Nenhuma pesquisa de mercado foi feita para decidir o local onde instalar a escola. Mas a cidade, coincidentemente, crescia para aquele rumo, e se na época pouco movimento havia nas redondezas, hoje a região é cercada pelo comércio e prédios residenciais. “Ainda não existia nenhuma outra escola com esse trabalho diferenciado em cima dessa teoria construtivista, e eu achei que daria certo. Viemos para esse mesmo lugar onde hoje estamos, e funcionou. Nem sei se naquela época já se usava fazer pesquisas de mercado, não tenho certeza disso, mas a gente sondou o espaço, rondamos por aqui, víamos quais tipos de construções estavam sendo edificadas, consideramos que por estar perto do Centro Político Administrativo (CPA), aqui seria uma passagem para possíveis clientes deixarem seus filhos conosco”.
A Escola Chave do Saber hoje possui cerca de 650 alunos matriculados, e uma estrutura de cinco mil metros quadrados, que conta com 36 salas de aula, auditório, laboratórios de ciência e informática, sala de vídeo, biblioteca, ginásio de esporte coberto com arquibancadas e áreas de lazer. O foco da escola é trabalhar com alunos de dois anos (maternal) até adolescentes de 14 anos (nono ano do ensino fundamental). São 82 funcionários, contando com prestadores de serviço.
Devido à proposta de trabalho diferenciada que preza pela individualidade, as turmas são pequenas, comportando no máximo 24 alunos por sala e possibilitando assim um melhor trabalho dos professores e aprendizado qualificado aos alunos. O socioconstrutivismo é aplicado em todas as séries, e devido ao atual contexto dos vestibulares, o colégio optou por ainda não incluir turmas de ensino médio. “O ensino médio ainda hoje no Brasil é visto como uma preparação para o vestibular. As salas são numerosas e a gente não sente facilidade em desenvolver um trabalho de construção de conhecimento nessas séries em função do acúmulo de conteúdos que as escolas abordam com os alunos visando o vestibular”, afirma a diretora, otimista enquanto ao novo método de avaliação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Mayke Toscano/Hipernotícias |
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“Com a mudança do vestibular, eu tenho impressão que dentro de alguns anos uma escola como a nossa, com um trabalho de construção do conhecimento já consiga entrar no ensino médio com mais possibilidade de se conseguir trabalhar a construção de conhecimentos. Porque no Enem a filosofia que vem por trás da avaliação é exatamente essa filosofia de trabalho que tenho aqui na escola – que é o levantamento de hipóteses, o pensamento lógico, e não a simples execução de tarefas e aplicação de fórmulas”.
Mesmo educando alunos até o nono ano, ex-oitava série, o legado destas séries iniciais é de se levar para a vida inteira, e certamente seus resultados são bem aproveitados nas avaliações de seleção de quaisquer vestibulares do país. “Os alunos que estudam conosco e saem daqui no último ano, seja para ir para qualquer escola, de Cuiabá, do Brasil ou de fora, não têm a menor dificuldade. Porque nós trabalhamos com a interpretação. Essa construção da escrita e da leitura feita em cima dessa teoria, que é uma construção internalizada, faz com que a criança realmente aprenda a ler interpretando. E quando ela interpreta, ela passa a ter um direcionamento da resolução da questão muito mais facilmente”.
ACESSIBILIDADE
Mesmo educando alunos até o nono ano, ex-oitava série, o legado destas séries iniciais é de se levar para a vida inteira, e certamente seus resultados são bem aproveitados nas avaliações de seleção de quaisquer vestibulares do país. “Os alunos que estudam conosco e saem daqui no último ano, seja para ir para qualquer escola, de Cuiabá, do Brasil ou de fora, não têm a menor dificuldade. Porque nós trabalhamos com a interpretação. Essa construção da escrita e da leitura feita em cima dessa teoria, que é uma construção internalizada, faz com que a criança realmente aprenda a ler interpretando. E quando ela interpreta, ela passa a ter um direcionamento da resolução da questão muito mais facilmente”.
ACESSIBILIDADE
A acessibilidade é outro grande diferencial da instituição. A ECSA é a única Escola do Brasil cadastrada no Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência (CONADE). O ingresso de deficientes físicos é facilitado através de rampas que dão acesso a todos os setores da instituição, além da devida formação de professores e outros funcionários, preparados para lidar com cada individualidade do aluno. Glória afirma ter o ‘know how’ no assunto, pois seu filho mais velho é deficiente auditivo.
“Hoje não temos nenhum aluno cadeirante, mas já tivemos. Temos um aluno com deficiência auditiva, que começou conosco no maternal e hoje está no sexto ano. Temos também uma criança com deficiência motora leve. Algumas deficiências nós não conseguimos trabalhar, por sermos uma escola regular, mas nós temos um trabalho de inclusão com portadores de necessidades especiais muito interessante”.
Quanto à concorrência, Gloria acredita que não exista. “Por se tratar de uma filosofia de trabalho diferenciado, eu percebo que os pais que querem que os filhos passem por esse trabalho e aprendam com essa filosofia nos procuram porque nós somos a escola com essa filosofia em Cuiabá”, explica. As outras escolas são maiores, com maior número de alunos por sala, e é nesse contexto que também se aplica a mesma comparação antes dita por Glória no início da matéria. “É na escola que o seu filho vai construir sua identidade, sua personalidade, seus valores, seu conhecimento pedagógico, seu conhecimento de mundo. É necessário que seja um local onde o trabalho e a proposta pedagógica vá de encontro com o que o pai quer para o seu filho. Olhando por esse prisma, eu fico na dúvida se existe concorrência”.
BULLYING
Quanto à concorrência, Gloria acredita que não exista. “Por se tratar de uma filosofia de trabalho diferenciado, eu percebo que os pais que querem que os filhos passem por esse trabalho e aprendam com essa filosofia nos procuram porque nós somos a escola com essa filosofia em Cuiabá”, explica. As outras escolas são maiores, com maior número de alunos por sala, e é nesse contexto que também se aplica a mesma comparação antes dita por Glória no início da matéria. “É na escola que o seu filho vai construir sua identidade, sua personalidade, seus valores, seu conhecimento pedagógico, seu conhecimento de mundo. É necessário que seja um local onde o trabalho e a proposta pedagógica vá de encontro com o que o pai quer para o seu filho. Olhando por esse prisma, eu fico na dúvida se existe concorrência”.
BULLYING
Há três anos a Escola Chave do Saber desenvolveu um programa de prevenção à possíveis agressões que podem vir a ocorrer entre os alunos, o dito bullying. A iniciativa conta com duas psicólogas que dissertam sobre o tema nas salas de aula, com palestras e apresentações. “Quando a gente percebe que existe alguma situação de um colega com falta de respeito com outro, é aplicado um programa de ajuste de conduta. Uma espécie de punição. O aluno é chamado na coordenação juntamente com a psicóloga e os pais ou responsáveis, e é proposto a ele um trabalho em cima daquele valor praticado inadequadamente. Se ele desrespeitou o colega, ele vai fazer um trabalho sobre a importância de ter respeito aos outros. O trabalho é apresentado ao grupo dele e mais dois outros grupos da mesma faixa etária”.
Segundo a diretora, pós-graduada em psicopedagogia, a punição faz com que o aluno reconheça o seu erro e reflita em cima daquela prática. “Nós temos buscado evitar a prática de todas as formas, reconhecer crianças com dificuldades de relacionamento, orientar pais que procurem alguma ajuda também fora da escola, porque as vezes a criança está passando por aquela situação em decorrência de alguma situação emocional mal resolvida. Só sofre bullying aquela pessoa que se permite, porque não está bem emocionalmente para se defender.”
PRÊMIOS
PRÊMIOS
Mayke Toscano/Hipernotícias |
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Em 1997 e 1998 o Sebrae lançou o Prêmio de Qualidade na Pequena Empresa, e a Escola Chave do Saber foi premiada nos dois anos na categoria serviço. Em 2010 e 2011 a ECSA foi vencedora do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas MPE Brasil, na categoria educação. Além disso, a instituição é sempre lembrada em diversas gincanas escolares – como as olimpíadas de física e matemática – devido ao grande comprometimento dos alunos e suas classificações vitoriosas.
A primeira turma de oitava série que Glória formou na Escola Chave do Saber foi em1995, há 14 anos. Parece pouco, mas é tempo suficiente para se felicitar e surpreender ao receber de um ex-aluno um convite de formatura ou casamento. Ou ter a notícia de que o ex-bagunceiro de turma hoje se destaca profissionalmente, na área da medicina ou do direito. “A gente percebe que eles reconhecem que a formação foi boa. Quando chegam na oitava série, ficam loucos para sair daqui e ir para uma escola grande, porque aqui é tudo muito controlado e todo mundo se conhece. Mas mal saem daqui, eles falam ‘ai tia, a gente era feliz e não sabia’. Porque aqui eles são reconhecidos, tratados como indivíduos, e não como mais um nome na chamada”.
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Para Glória Regina Aquino, empreender é: Realizar sonhos
Dicas pra quem quer iniciar um empreendimento
A primeira coisa que a pessoa precisa buscar é conhecer o empreendimento que ela deseja montar, saber as características dele, que público vai precisar desse tipo de serviço, e fazer o que na época nos não fizemos que foi a pesquisa de mercado. É importante saber se o mercado suporta esse empreendimento, se você tem instrumentos para esse empreendimento na cidade, e se você vai realmente conseguir se colocar no mercado.
O Custo Brasil é realmente um obstáculo para o empreendedor?
É. Ser empresário hoje é muito complicado. O número de impostos, a quantidade de obrigações e dificuldades que o Brasil impõe, o sistema como um todo, dificulta tudo. Tanto que hoje a maioria dos jovens estão buscando um concurso público ao invés de buscar serem empresários e criar empregos. E o que é desvantajoso nisso tudo: você vai construindo uma sociedade onde cada vez mais se tem menos empregos, e mais pessoas querendo ter empregos. A faculdade com mais alunos hoje é a de direito. Porque dá uma abertura enorme para concursos. Quantos cursinhos para concursos você tem hoje? Inúmeros. Existem pessoas hoje ditas profissionais de concursos, ou “concurseiras”. A gente percebe que a falta de apoio do governo para a iniciativa privada é muito grande, então a gente tem medo. Até nós mesmos, eu e meu esposo, que temos um empreendimento de sucesso, orientamos nossos filhos a ser concurseiros.
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